Coluna Livre com Hermano Henning

- PUBLICIDADE - Anuncie

Ontem foi o dia do secretário de Habitação da Prefeitura de Guarulhos, arquiteto Silvio Figueiredo, ser entrevistado no programa Espalha Fatos que a TV Guarulhos – canal 3 da NET – apresenta todos os dias as 12 horas. Sempre ao vivo.

Começou dando uma informação que assusta um pouco. A de que 80% das construções das residências na área urbana do Município estão em loteamentos ilegais, não regulamentados, sem infraestrutura conveniente, e, o que é pior: os moradores, proprietários de fato, não o são de direito. Traduzindo: 80% dos moradores nos loteamentos de periferia não possuem os títulos de propriedade.

Nascido e criado na Vila Galvão, filho de família tradicional do Município, aos 65 anos, Silvio possui curriculum de fazer inveja entre servidores públicos sempre atuando como técnico em regularização fundiária tanto no governo estadual como federal. Está há três meses no cargo de secretário da administração do prefeito Guti e, nesses três meses já apresentou resultados. Conseguiu regularizar 2.348 lotes atingindo uma população estimada de 10.600 pessoas. Gente que mora no Jardim Santa Emília, Jardim Miranda, Vila Serra Preta e Viela Confiança (Presidente Dutra), Jardim Cristina e, por aí vai. Até chegar num lugar chamado Anita Garibaldi – 1ª fase, onde existiam 1.339 propriedades sem título algum.

Silvio Figueiredo garantiu que sua secretaria está de olho nas invasões que atualmente mais preocupam urbanistas e pessoas ligadas ao desenvolvimento de Guarulhos: o bucólico e simpático bairro do Cabuçu, ameaçado pelas invasões e tema de nosso comentário de ontem.

Por sinal, o Cabuçu não é apenas um bairro (fazem parte as áreas do jardim Novo Recreio, Recreio são Jorge), mas uma região importante como reserva natural, manancial de água, e última lembrança ainda viva de uma Guarulhos que não existe mais. É área de proteção ambiental declarada por lei e faz parte da chamada zona de amortecimento para segurança da Serra da Cantareira até agora livre das invasões. Por enquanto.

Confesso que minha expectativa não é otimista. Conter essas invasões exige muito mais que planos cheios de boas intensões do governo municipal. É urgente a criação de uma base da Polícia Ambiental da PM na região. É preciso ter ali, na área cortada pelo Anel Viário que está com sua construção paralisada e abandonada, policiais militares em permanente vigília. Está aí uma reivindicação urgente a ser feita pelos nossos políticos. Como a gente aqui, o governo do Estado também precisa se preocupar.

- PUBLICIDADE -