Hospitais estaduais continuam funcionando sem AVCB em Guarulhos

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Lucy Tamborino

Mesmo após uma fiscalização surpresa realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), em junho, dois grandes hospitais públicos de Guarulhos, o Complexo Hospitalar Padre Bento e o Hospital Geral de Guarulhos (HGG), ambos de responsabilidade do Governo do Estado, seguem funcionando sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

Segundo especialistas, a falta do AVCB pode prejudicar o planejamento de uma evacuação em caso de incêndio, o que coloca vidas em risco, como também demonstra o descaso do poder público. Incidentes recentes como os incêndios da boate Kiss e no alojamento do Flamengo ainda evidenciam que a falta deste item pode ser catastrófica – mais de 200 pessoas morreram nas duas tragédias.

O relatório do TCE ainda apontou pontos preocupantes. No HGG cidadãos reclamaram do tempo de espera, que chegou a três horas. Já no Padre Bento a situação encontrada foi ainda pior, duas viaturas estavam quebradas aguardando remoção e havia um depósito cheio de equipamentos em desuso.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado afirmou que ambos os hospitais estão contemplados com o programa “Melhor pra sua saúde”, que visa à modernização e ampliação de unidades administradas pela gestão. A iniciativa deve englobar reformas, revitalizações e renovação do parque tecnológico até 2020.

A pasta ainda destacou que as obras também abrangem as medidas de obtenção do AVCB para unidades com processos em curso, e incluem ainda formação e treinamentos de brigadas de incêndio, bem como a manutenção do sistema de combate e prevenção a esse tipo de ocorrência. Contudo, não comentou o risco que os pacientes seriam expostos caso houvesse um incêndio, até que fato as reformas sejam concluídas.

Quanto aos equipamentos apontados pelo TCE como em desuso no Complexo Padre Bento, a secretaria argumentou que se tratava de monitores e telas já reparados e em utilização, sem prejuízos à assistência durante o período de manutenção, mas não comentou sobre as viaturas. A pasta ainda destacou que como os serviços prestados pelo hospital são classificação de risco, com atendimento prioritário aos casos mais graves e urgentes, conforme diretriz do SUS, o tempo de espera pode variar conforme o estado de saúde de cada paciente.

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