Unicamp amplia exames para detectar covid-19 em integrantes da comunidade acadêmica

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O Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) iniciou, na semana passada, a ampliação dos exames de detecção da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Agora, todos os alunos, professores e funcionários da instituição que apresentarem sintomas da doença passarão pelo teste molecular RT-PCR para detecção do novo coronavírus.

Desde o início da pandemia, a unidade vinha seguindo as recomendações da Vigilância Sanitária de priorizar a realização dos testes em profissionais da saúde e em pacientes graves. Com o aumento na disponibilidade de insumos para a realização dos testes, o Cecom será capaz agora testar todos os pacientes sintomáticos que procurarem a unidade.

Patrícia Asfora Leme, coordenadora do Cecom, esclarece que os exames serão realizados apenas em pacientes que apresentarem sintomas da enfermidade por conta das características do teste molecular. Segundo a médica, o exame molecular, chamado de RT-PCR, considerado padrão ouro no diagnóstico da doença, detecta o RNA do vírus (SARS-CoV-2) por meio da análise de amostra coletada do nariz e da garganta dos pacientes.

Assim, ele indica se a pessoa apresenta ou não o vírus naquele momento. Já o exame sorológico, feito por coleta de sangue, indica a resposta imunológica do organismo em relação ao coronavírus, mostrando se o paciente está ainda durante um processo infeccioso ou se já combateu SARS-CoV-2.

Reorganização

Com a suspensão das atividades presenciais na Unicamp, iniciada em 13 de março, o Cecom também precisou se reorganizar para atender a essa nova demanda principal de trabalho, que é o atendimento dos casos suspeitos de COVID-19. Consultas ambulatoriais e atividades em grupo foram suspensas, mas houve também um esforço para que ninguém ficasse sem o atendimento que precisa.

Por isso, os serviços dos prontos atendimentos médico e odontológico foram mantidos, assim como atendimentos de saúde mental emergenciais, que não puderem esperar até o retorno das consultas presenciais.

“Nós fizemos um plano de atendimento, uma análise bem detalhada, para que ninguém ficasse com sua necessidade mais imediata desatendida. Por exemplo, na fisioterapia não deixamos de atender casos pós-operatório, que precisam de reabilitação. Além disso, temos um sistema em que o paciente que não estiver conseguindo agendar sua consulta pode entrar em contato com o nosso Serviço de Atendimento ao Usuário e solicitar, por exemplo, a renovação de receita de medicamento de uso contínuo. Aí esse pedido é encaminhado ao médico, que dá encaminhamento”, ressalta Patrícia Asfora Leme ao Portal da Unicamp.

A coordenadora salienta que, além do trabalho de assistencial, também atua na promoção e prevenção de doenças e na vigilância epidemiológica da universidade. “Nós temos uma parceria com a vigilância sanitária do município e do estado. Quando há qualquer suspeita de surto no campus, nossa equipe de vigilância da enfermagem investiga esse surto, identifica os contatos, se precisar fazer uma vacinação em massa ela é feita, então nós já estamos acostumados a fazer essa vigilância. Com a COVID-19 isso não tem sido diferente”, explica.

Orientações

Para orientar os pacientes que apresentam dúvidas em relação à COVID-19 e à pandemia, a unidade criou uma linha telefônica especial para tirar dúvidas. O número é o (19) 3521-7400. O Cecom também disponibiliza em seu site conteúdos informativos sobre a doença e vídeos, gravados pelos profissionais do Centro, com dicas para o combate ao coronavírus e para que as pessoas vivam a quarentena de uma forma mais saudável.

Outra ação é a vacinação contra a gripe, disponível a todos os membros da comunidade universitária. A vacina não imuniza contra o coronavírus, mas contribui para combater as doenças causadas pelo vírus Influenza, o que auxilia no diagnóstico da enfermidade. Até o momento, já foram imunizadas em torno de 8 mil pessoas.

Neste período, um outro cuidado tomado é com a saúde dos alunos que vivem na moradia estudantil da Unicamp. Na semana passada, foi confirmado no local um caso de COVID-19. Patrícia esclarece que foi traçada uma estratégia para conter o avanço da doença na moradia e que haverá uma busca ativa por alunos que apresentarem sintomas para testagem e acompanhamento.

“Os alunos moram na universidade. Então, temos responsabilidade sobre eles”, comenta. Em 15 de maio, as ações de combate ao coronavírus na moradia estudantil foram tema de uma transmissão online realizada pelo canal da TV Unicamp no YouTube.

Planejamento

No dia 19 de maio, foi divulgada uma carta do reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, à comunidade sobre os possíveis cenários em um eventual retorno às atividades presenciais. O texto propõe formas de escalonar a volta de funcionários, docentes e alunos ao campus e não estabelece datas para início, já que depende da evolução da doença no Brasil. Como órgão que cuida da saúde da comunidade universitária, o Cecom vem participando dessas discussões e orientando para que isso seja planejado de forma segura.

No caso dos atendimentos e serviços prestados pelo Cecom, Patrícia destaca que haverá um planejamento para que os trabalhos mais urgentes e seguros tenham prioridade na retomada. Ela cita o exemplo das consultas com pacientes que fazem o controle de diabetes e hipertensão, que já começaram a ser retomados.

“Fizemos um levantamento interno de todos os pacientes crônicos acompanhados no Cecom, basicamente hipertensos e diabéticos. Cada médico pegou a lista de seus pacientes e fez uma avaliação de risco, quais os casos mais graves e quais os mais leves, e começamos a chamá-los para consulta”, pontua.

A coordenadora ainda comenta que, assim como foi feito no início da pandemia, a manutenção dos trabalhos e o planejamento para a retomada serão feitos por meio de trabalhos em parceria. Patrícia destaca a importância do diálogo constante com outras unidades de saúde da Unicamp, em especial o Hospital de Clínicas (HC) e o Caism, o Instituto de Biologia (IB), a Reitoria, a Diretoria Executiva da Área de Saúde (DEAS) e a Diretoria Geral Administrativa (DGA).

“A gente se sente muito responsável pela saúde da nossa comunidade universitária, temos vínculo com as pessoas, conhecemos as pessoas. Nesse momento da pandemia, a gente não mediu esforços para garantir esse cuidado e estamos todos aprendendo juntos”, conclui Patrícia.

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