UNG homenageia matrizes africanas, povos originários e de saberes ancestrais com Menção Honrosa 2025

Foto: Divulgação UNG
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Pelo terceiro ano consecutivo, a Universidade Guarulhos (UNG) promoveu a cerimônia de entrega da Menção Honrosa Sociedade, Paz e Educação 2025, que reconhece e valoriza o trabalho de lideranças religiosas de matrizes africanas, povos originários e saberes ancestrais. O evento foi realizado na última segunda-feira (30), no Anfiteatro F da Instituição, reunindo representantes de templos, tendas, terreiros de umbanda e candomblé, benzedeiras, indígenas e seus familiares em uma celebração marcada por cânticos, palmas e toques dos atabaques dos Gêmeos de Oxum.

A mesa de honra contou com a presença do reitor da UNG, Yuri Neiman; do representante dos docentes, Alex Francisco; do representante dos discentes, Roney Glauber; do representante da sociedade civil, Paulinho Trewasae; do secretário de Segurança Pública de Guarulhos, coronel Gilson Hélio; de líderes religiosos, como Iyálorixá Claudia de Oyá, Babá Sérgio (Coletivo Amigo de Você do Axé Fortaleza), Iyálòrisà Solange Ty Oyá (Instituto Ilè Asè Ara Inácio Afinná) e Simone Pankararu (Aldeia Multiétnica Filhos Desta Terra); da diretora da Unifesp, Dra. Elaine Lourenço; do presidente do Àlasé Templo dos Orixás e Centro Cultural, Babalawò Eddy; e da coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Unifesp, Dra. Ana Maria do Espírito Santo.

Em seu discurso, o reitor da Universidade, Yuri Neiman, ressaltou a relevância da homenagem, destacando a representatividade histórica e os valores cultural, antropológico e social, além do compromisso com o bem-estar da população. “A academia tem a obrigação de respeitar as lideranças religiosas, principalmente aquelas que cultuam a ancestralidade. Quero parabenizar os presentes pelo trabalho realizado em diversas frentes, como o acolhimento humano, a promoção da educação, os amparos psicológico e espiritual e o apoio à saúde, além da atuação em benefício à grupos vulneráveis e à promoção de emprego e renda”, afirmou. 

O secretário Gilson Hélio reforçou a importância de espaços institucionais para combater a intolerância e o racismo religioso. “É raro ver uma Universidade valorizando as religiões de matriz africana e os povos originários. Isso torna o momento ainda mais especial. Quanto mais enaltecemos essas lideranças e seu papel no desenvolvimento social, mais fortalecemos o direito à liberdade de crença e cultura”, destacou.

Iyálòrisà Solange Ty Oyá, conhecida como Mãe Solange, aproveitou a fala do secretário para reforçar como as pessoas que seguem a religiosidade africana sofrem com a intolerância e o racismo. E não deixou de compartilhar seu sentimento de pertencimento ao estar em um espaço acolhedor e diverso durante a Menção Honrosa da UNG. “É emocionante olhar ao redor e ver pessoas como nós. Isso fortalece nossa identidade e multiplica a força da ancestralidade em todo o mundo”, disse.

Também presente na mesa, Simone Pankararu agradeceu à Universidade pela valorização dos saberes ancestrais. “Sou indígena, liderança espiritual do meu povo é descendente de benzedeiras. Carrego esse dom como uma missão e, estar aqui, neste solo sagrado, é um ato de resistência e espiritualidade coletiva”, declarou.

Durante a cerimônia, Mãe Cláudia de Oyá e Simone anunciaram um importante avanço: a inclusão das religiões de matriz africana e dos povos indígenas no circuito internacional de turismo religioso e cultural do Governo do Estado de São Paulo, entregando um exemplar ao reitor da UNG. Por fim, Babalawò Eddy aproveitou a  oportunidade para convidar Yuri Neiman e os presentes para a sétima edição do Prêmio Alasé, que, assim como a Menção Honrosa da UNG, busca fortalecer ações de valorização cultural, preservação das tradições e proteção da religiosidade dos povos de matriz africana.

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