Apesar de o Uber ser conhecido como um aplicativo de transporte, é o
serviço de delivery que está segurando as contas da empresa. No último
trimestre do ano passado, a companhia teve prejuízo de U$$ 968 milhões, uma
diminuição em relação à perda de US$ 1,1 bilhão registrada no mesmo período de
2019. A conquista se deve ao crescimento de 224% em receita da divisão de
serviços de delivery, que inclui entrega de comida, objetos e compras de
mercado, do Uber, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Os números fazem parte do balanço financeiro divulgado pela companhia na
quarta-feira, 10. Para todo o ano de 2020, o prejuízo do Uber totalizou US$
6,77 bilhões, um resultado 20% melhor em relação aos US$ 8,51 bilhões perdidos
em 2019.
Apesar de reduzir o prejuízo, o Uber registrou no trimestre uma queda de 16% em
receita na comparação anual, chegando a US$ 3,2 bilhões. Após o fechamento do
pregão, as ações do Uber operavam em queda de 3% às 19h30 (horário de
Brasília).
Enquanto a receita vinda do delivery teve grande crescimento, chegando a US$
1,36 bilhões, os ganhos da divisão de corridas caíram 52% no trimestre, ante o
mesmo período do ano anterior, atingindo US$ 1,47 bilhões.
Pedidos no app de entrega de comida do Uber, o Uber Eats, aumentaram com as
regras do lockdown ao redor do mundo e o fechamento de restaurantes, enquanto
as caronas do Uber têm sido afetadas desde o começo da pandemia. Mas já há
sinal de recuperação nas corridas no quarto trimestre, com um crescimento em
receita de 8% em relação ao trimestre anterior.
O avanço de delivery também é um foco dos investimentos do Uber. A empresa
expandiu sua presença na área nos últimos meses, adquirindo o app de entrega de
comida Postmates por US$ 2,65 bilhões e o serviço de entrega de bebidas
alcoólicas Drizly por US$ 1,1 bilhão.
Para Dan Ives, analista da consultoria WedBush Securities, o balanço é sinal
positivo para o futuro do Uber: “A empresa está claramente vendo uma
recuperação nas métricas de compartilhamento de viagens e, junto com uma
estrutura de despesas mais enxuta, está preparando um cenário para um retorno
rápido em crescimento e possível lucratividade ao final de 2021 e em
2022”, afirmou Ives, em nota a investidores na quarta.
Uber é ‘salvo’ pelo delivery e reduz prejuízo
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