Eles já tiveram seus dias de glória. Por quase três
décadas, a partir da segunda metade do século passado, manter em casa um bar
bem abastecido era item quase que indispensável em qualquer sala de respeito.
Nas lojas do ramo, móveis – mais ou menos exóticos – que se propunham a reunir,
em torno de um balcão, armários, estantes e banquetas, eram comuns. E
cobiçados.
Tempos depois, o tamanho dos imóveis diminuiu. A
ideia de estimular o consumo de bebidas passou a ser vista com desconfiança e a
presença de um móvel com essa finalidade, tomada como atestado de mau gosto.
Até que o isolamento social colocou a questão em outra perspectiva. Afinal, se
beber em casa tornou-se nossa única opção, por que não reservar uma área na
qual isso possa ocorrer da forma mais confortável possível?
A rigor, o bar nunca saiu da cena doméstica. Ele
apenas se renovou, ficou mais customizado e se integrou à decoração. Isolá-lo
em um cômodo fechado, por exemplo, hoje está fora de questão. A área social
continua sendo a preferida para posicioná-lo, mas a sala de jantar e a cozinha
não ficam atrás. “Considero cantos pouco aproveitados, como o vão sob
escadas”, diz a arquiteta Guta Louro (gutalouro.com.br).
Já no caso de um projeto executado pela
arquiteta Shirlei Proença (instagram.com/shirleiproenca), o bar surge como um
prolongamento da sala. “Meu cliente queria um cantinho onde pudesse curtir
seus drinques com os amigos, jogar videogame, expor sua coleção de objetos
assinados por seus ídolos do esporte. Para criar o clima, o tampo da bancada é
translúcido e, para reforçar o visual hi-tech e urbano, encomendei um grafite
no teto e apliquei néon à parede”, explica ela.
Tudo, claro, é uma questão de escala e
orçamento. Mas a boa notícia é que, para quem está interessado em montar seu
próprio bar, uma simples bandeja já pode dar conta do recado. “Gosto de
usar carrinhos de chá como móvel de apoio.
Aparadores ou prateleiras em estantes são também
excelentes opções”, afirma o arquiteto Nildo José (nildojose.com).
Se esse for seu caso, além dos rótulos sugeridos
acima pelo colunista do Estadão Gilberto Amendola, tudo se
resume a dispor de uma boa superfície de apoio, e distribuir todos (ou os principais)
itens, com inspiração e critério. Veja as indicações dos arquitetos:
Acessórios básicos. Copos e taças próprios para
cada bebida são essenciais. Mas também: um dosador de 30 x 50 ml; um copo
mixer; um coador; uma peneira; uma coqueteleira; um macerador; uma pinça; um
descascador; uma colher bailarina; e um balde de gelo com pegador.
Organização
Disponha apenas os objetos mais utilizados,
distribuindo as peças por ordem de altura e uso. Os demais, conserve em um
armário, gaveta ou mesmo na cozinha.
Garrafas e copos
Considere a área disponível e exponha apenas os
melhores ou de desenho mais interessante. Sempre posicionando os maiores no
fundo e os menores na frente.
Iluminação
Um brilho a mais no bar é sempre bem-vindo. No
caso de uma bandeja, utilize velas para dar um charme a mais – o reflexo nos
vidros fica lindo. Outra sugestão, para os mais urbanos, é inserir um néon.
Detalhes
Por fim, realce seu bar com um arranjo de flores
simples, uma obra de arte apenas apoiada contra a parede, um vaso com uma única
folha. Qualquer coisa, enfim, que faça referência ao prazer em receber.
Ter um bar em casa pode ser algo simples e elegante
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