Lucy Tamborino
O secretário Estadual da Saúde, José Henrique Germann, afirmou que o governo estuda o fechamento da Fundação para o Remédio Popular (Furp) em Guarulhos. O anúncio aconteceu em reunião, na última quarta-feira (14), da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Na ocasião, Germann também apontou a possibilidade do mesmo destino para unidade em Américo Brasiliense.
No encontro, Germann informou que iniciou uma consultoria na Furp para averiguar a produtividade e lucratividade da entidade. “O que nós temos como objetivo é parar de produzir medicamentos caso o relatório prove que a Furp dá prejuízo para o estado. Se isso vai levar ao fechamento da Furp é um próximo passo”, declarou.
O problema disso se concretizar é que, de acordo com a própria Secretaria do Estado de Saúde, o laboratório farmacêutico é o maior fabricante público de medicamentos da América Latina e ocupa uma posição estratégica nas políticas públicas de saúde. Só no ano passado, a fundação produziu quase 530 milhões de medicamentos para a rede pública. Administra também a iniciativa “Farmácia Dose Certa”, além de por outro programa distribuir medicamentos para aproximadamente 600 cidades paulistas.
A Furp enfrenta uma série de dificuldades financeiras. Isso porque uma dívida foi adquirida – a maior parte devido a um contrato assinado com a Concessionária Paulista de Medicamentos (CPM) para administrar a fábrica de Américo Brasiliense. O que levou o governo a pagar um valor maior pelos remédios fornecidos.
Nas duas fábricas ainda existem mais de mil trabalhadores. “Eles são funcionários públicos, têm estabilidade e precisam ser respeitados. Por isso vamos tratar tudo da forma mais transparente possível”, defendeu Germann.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou “prezar pela transparência e toda e qualquer medida referente à Furp será fundamentada em critérios técnicos, com total respeito à legislação e aos direitos dos colaboradores e da população”. Segundo a pasta, o assunto é analisado intersecretarialmente pela Comissão de Acompanhamento dos Contratos de Parcerias Público-Privadas (CACPPP) e “toda e qualquer medida a ser adotada, terá como prioridade a garantia da continuidade do fornecimento gratuito dos medicamentos à população”.