Região Norte… Serras, águas e muitos tesouros escondidos na Mata Atlântica

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A região Norte é a extensão de serras – Planalto Guarulhense – cobertas com Mata Atlântica, historicamente chamada de Serra da Cantareira, Bananal e Itaberaba. Serras fronteiriças, com os municípios de São Paulo, Mairiporã, Nazaré Paulista e Santa Izabel. Segundo estudiosos, chega a 30% do território, com 320 km². A Região Norte é composta de 10 bairros: Cabuçu, Vila Rio, Morros, Cabuçu de Cima, Tanque Grande, Fortaleza, Capelinha, Mato das Cobras, Água Azul e Morro Grande, contendo loteamentos, chácaras, fazendas e sítios. A origem histórica dos nomes dos bairros, bem como a lista oficial de todos os loteamentos, denominados vilas, jardins, parques farão parte da sequência das publicações do jornal, em 2022.

A Região Norte, que voltaremos com maior acuidade histórica, geográfica, cultural e ambiental é a maior extensão, da biodiversidade da cidade e uma das maiores, em meio urbano do Brasil. Entre tantos aspectos destacamos a primeira Lavra de Ouro do Brasil, de 1589, que se acha no bairro Capelinha, Serra Itaberaba. Entre as 170 lavras de ouro dos séculos XVI e XVII, da antiga Repartição Sul do Brasil território que englobava São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Em Guarulhos acha-se a Lavra Velha do Geraldo, a primeira da história da mineração de ouro do Brasil. Garimpo que antecede em mais de 100 anos a descoberta do ouro, em Ouro Preto, Minas Gerais.                            

Em volta, pela mata Atlântica encontra-se a Casa da Candinha (segunda casa-sede da fazenda Bananal), da primeira metade do século XIX, possivelmente de 1825, seguramente, a casa mais antiga de Guarulhos. A carta de sesmaria da fazenda Bananal é de 1717, pertencendo ao bandeirante paulista, Amador Bueno da Veiga. A Casa da Candinha é um exemplar único: grossas paredes externas de taipa de pilão e divisões internas de taipa de sopapo. Além de porão, sala, varanda, capela consagrada, alcova, assoalho de madeira, telhas feitas nas coxas, pomar, senzala, tudo isso e muito mais é a Casa da Candinha.                        

Outra raridade arquitetônica e religiosa da Região Norte de Guarulhos (serra da Cantareira) é a Capela do Bom Jesus da Cabeça construída, em 1850 pelo escravizado Raimundo Fortes. Raimundo usou o “adobe”, tipo de tijolo de terra crua, secado ao sol. A capela da antiga fazenda Cabuçu, cercada de lendas e histórias foi construída, a pedido da antiga proprietária, Joaquina Fortes Rendo de Toledo, que sentia muita dor de cabeça. A imagem de Jesus Cristo é exposta, sem o corpo, apenas, a cabeça. O mais intrigante da história é o que contam a respeito da chegada da Cabeça do Senhor do Bom Jesus, ao altar da capela. Um dos temas, das próximas edições.                       

Ressaltado as raridades da porção Norte de Guarulhos, cabe destaque especial, a Represa do Cabuçu, inaugurada em 1908. A Represa do Cabuçu, bem como o Aqueduto foi à maior e mais inovadora obra do início do século XX, do Estado de São Paulo. Construída de forma arqueada, para evitar o rompimento da parede de contenção da água é a primeira represa do Brasil e a segunda do mundo, no mesmo estilo. O cimento usado na construção foi importado da Inglaterra. A água do Cabuçu chegava ao Parque Dom Pedro II, por meio de 17 km de aqueduto, em curva de nível, abastecendo a Cidade de São Paulo, por longos anos.

  

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