O falecimento da Rainha Elizabeth II paralisou a imprensa e a população depois de 70 anos de reinado. O Palácio de Buckingham informou que a soberana tinha “problemas de mobilidade episódicos”, o que abriu especulações de que a monarca teria sofrido uma queda. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2022, mostram que essa é terceira maior causa de morte entre pessoas com mais de 65 anos no país e pode acontecer no ambiente doméstico. Especialistas recomendam cuidados dentro de casa.
De acordo com a coordenadora do curso de Enfermagem, professora Glaucia Karen de Sousa, embora esse seja um problema comum, não deve ser encarado de forma banal e é necessário avaliar a saúde do idoso, a ocasião da queda e o local onde o indivíduo caiu. “Esses fatores podem sinalizar o diagnóstico de alguma doença ou auxiliar na identificação de mudanças necessárias para garantir a segurança de pessoas mais velhas”, afirma.
A acadêmica ressalta que é preciso estar atento a sinais como desequilíbrios ao tentar se levantar de sofás e cadeiras e tonturas esporádicas. Os efeitos naturais do envelhecimento provocam a rigidez das articulações e o enfraquecimento muscular, o que pode diminuir a capacidade ou a vontade de andar. Pequenas lesões ao tropeçar ou batidas em móveis e outros objetos também contribuem na perda da mobilidade.
MOVIMENTAÇÃO
É preciso ter atenção na forma de andar de pessoas idosas, já que há a tendência de que os passos fiquem mais curtos com a dificuldade de executar movimentos. Doenças neurológicas (Mal de Parkinson ou esclerose, por exemplo) ou nas articulações (reumatismo e artroses), além de problemas de visão, também podem afetar a caminhada na terceira idade.
“A rotina nesse período de vida precisa ser observada com atenção, principalmente quando há o uso de medicações, que podem ter efeitos colaterais, e com a alimentação adequada”, destaca a docente. É recomendado criar o hábito de fazer exercícios para diminuir a fragilidade do corpo e manter as habilidades funcionais. Um enfermeiro graduado será capaz de acompanhar, corrigir e otimizar a mobilidade mecânica corporal desse público.
AMBIENTE
Pisos escorregadios, tapetes soltos, baixa iluminação e paredes sem corrimão podem aumentar o risco de quedas. Um ambiente seguro irá garantir a independência de pessoas mais velhas, portanto, é importante que haja uma preocupação com os espaços e a disposição dos móveis dentro de casa, com o objetivo de diminuir obstáculos no caminho onde há alta circulação.
Para aumentar a acessibilidade doméstica, a organização e limpeza da casa são necessárias. Os itens de uso diário, como escovas de dentes e roupas usadas com frequência, devem ser colocados em pontos de fácil alcance para evitar acidentes.