Quase 90% das pessoas mortas por intervenção policial são negras ou pardas

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Lucy Tamborino

Em 89% das mortes decorrentes de intervenção policial, que ocorreram de janeiro até junho deste ano em Guarulhos, as vítimas foram registradas como negras ou pardas. Os dados ainda revelam que, em média, pelo menos uma ação policial por mês resultou em vítimas fatais. Os índices são do portal de Transparência da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Das nove mortes por esse tipo de ocorrência, em oito delas as vítimas eram negras ou pardas. Em apenas um caso a etnia foi registrado como branca.

As regiões que isso costuma acontecer geralmente também são distantes dos bairros centrais. Só o bairro Pimentas registrou sozinho mais de 30% das ocorrências, seguido do Taboão, Bananal e Cumbica, com 22% dos registros em cada um. Em mais da metade dos casos, o fato ocorreu de noite ou de madrugada.

No ano passado, Guarulhos ainda registrou o maior número de mortes de pessoas por intervenção de policias (em serviço ou na folga) de toda a Grande São Paulo. Ao todo foram 39 mortes de cidadãos que ocorreram nessa situação. Em sequência, na região o maior número de óbitos ocorreu em Osasco, Carapicuíba e Santo André, com 27, 26 e 25 óbitos respectivamente. Os dados constam no relatório anual da Ouvidoria de Polícia.

Já as regiões de Bauru (CPI-4), com cidades como Marília, Assis, Ourinhos, Jaú, Lins e Santa Cruz do Rio Pardo registraram um dos menores índices de letalidade, com 13 mortes por intervenção policial no ano, além das cidades de São José do Rio Preto (7) e Araçatuba (3).

Imagem: Mayara Nascimento

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