Projeto Tear completa 18 anos e transforma a vida de pessoas com sofrimento psíquico

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Em Guarulhos, pessoas em sofrimento psíquico tiveram suas vidas transformadas e, hoje, algumas atuam como professores, enquanto outros descobriram seu potencial criativo e conseguem sobreviver por meio de outras formas de geração de renda. Isso tudo graças ao trabalho do Tear, um serviço da Rede de Atenção Psicossocial do município que, nesta quinta-feira (19), completa 18 anos de atuação no campo da inclusão social pelo trabalho, cultura e convivência da população em situação de sofrimento psíquico ou outras vulnerabilidades socioafetivas. 

Em tempos de pandemia, os festejos com direito a um pedaço de bolo preparado pela oficina de culinária da unidade ficaram restritos a alguns poucos participantes que tiveram agenda no Tear nesta data. No entanto, de forma online, todos os assistidos puderam acompanhar as comemorações deste aniversariante de sucesso.

De assistidos a professores no Sesc

E bons motivos não faltaram para celebrar este marco na história de Guarulhos. Ao longo desses 18 anos o Tear acumula resultados positivos, sendo o mais recente deles a nova parceria com o Sesc Guarulhos, por meio da qual integrantes da oficina de tear e costura deste serviço da Prefeitura emprestaram sua experiência na confecção e modelagem de máscaras artesanais, bem como na forma de pensar e organizar a produção desses itens, ministrando aulas para 15 mulheres da comunidade Seringueiras, localizada próxima ao Sesc.

O objetivo foi auxiliar a comunidade na confecção de 1.740 máscaras dentro do Projeto Tecido Social do Sesc Guarulhos. Como forma de valorização social, o Sesc presenteou o Tear nesta quarta-feira (18), pela mais nova parceria, com 200 exemplares da produção artesanal, os quais serão destinados aos participantes do serviço.

A experiência na produção das máscaras artesanais o Tear adquiriu em abril do ano passado como uma alternativa para driblar a crise imposta pela pandemia da covid-19, que limitou o trabalho nas oficinas. Na época, o Sesc, que já tinha feito outras parcerias com este serviço da rede de saúde mental da Prefeitura desde a inauguração da unidade Guarulhos, adquiriu mais de 1.500 itens que foram distribuídos em seus projetos sociais e aos seus colaboradores.

Trajetória de sucesso

A parceria com o Sesc é mais uma página escrita na trajetória de sucesso do Tear, por onde já passaram nesses 18 anos de funcionamento 1.141 pessoas e seus familiares, que também são acolhidos. Enquanto dispositivo de reabilitação psicossocial, segue promovendo o desenvolvimento humano, a troca de saberes, os potenciais criativos, bem como redes e laços sociais significativos, com melhoria na contratualidade social, ganho de autonomia e evolução positiva dos projetos de vida de cada um dos assistidos por meio das suas nove oficinas de trabalho: culinária, encadernação, jardinagem, marcenaria, mosaico, papel reciclado, serigrafia, tear e costura / vitral.

Pessoas que antes não saíam sozinhas de casa passaram a frequentar o Tear para trabalhar e se relacionar e com isso conquistaram o empoderamento. Até 2019, foram anos de muitas construções, grandes feiras e fortalecimento coletivo. Com a pandemia, o serviço deu início à reconversão produtiva com a confecção de máscaras artesanais, bem como buscou diferentes formas de lidar com a crise de forma não medicamentosa, criando laços e subjetividades, ou seja, novas tecnologias do cuidado.

Relatos inspiradores

Relatos inspiradores sobre o Tear não faltam. Wanderley Gomes de Lima, um dos que ministraram aulas sobre a produção de máscaras artesanais no projeto do Sesc, conta que foi muito gratificante a experiência. “Foi uma troca de saberes em que pude contribuir com o projeto de desenvolvimento das máscaras. Uma experiência que nunca tinha vivido”, explicou.

Da mesma forma, Luciene Santana Silva falou que gostou muito do desafio. “Aprendi com elas e ensinei também. Agradeço muito a oportunidade por estar neste projeto com o Tear e o Sesc. Fiquei muito feliz em compor o projeto”, disse.

Já na opinião da supervisora de Projetos da Oficina de Tear e Costura, Vânia Sala Lorençato, integrar o Tecido Solidário em parceria com o Sesc foi uma evolução para o Tear. “Caminhando para além de produzir, os participantes da oficina de costura se viram na função de transmissão de saber, movimentando uma troca de experiências entre eles e deles com as integrantes da oficina de produção de máscaras. Trabalho, renda, visibilidade e respeito. Transformação de vida pela cooperação e solidariedade”, destacou.

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