Projeto Igreja Acolhedora recebe venezuelanos em Guarulhos

Igreja Acolhedora recebe refugiados venezuelanos em Guarulhos
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Mayara Nascimento

“Dormia na rua, sem banho, sem comida, sem nada. Ontem eu dormi em uma cama e tomei um bom banho. Fazia meses que não sabia o que era isso”, contou Domingo Lopez, que está no Brasil há dois meses e chegou ontem em Guarulhos, pela ajuda do projeto Igreja Acolhedora. Na Venezuela, Lopez era mágico e trabalhava na Fundación del Niño, um projeto do estado para crianças. Mesmo empregado e realizando trabalhos informais, passava fome, então decidiu sair de seu país para escapar da crise.

As histórias se repetem. Muitas crianças vivem neste contexto e os pais buscam melhores condições de vida para toda a família. Com o intuito de ajudar os refugiados, o projeto Igreja Acolhedora, que tem sede no Rio de Janeiro, cadastra igrejas que se responsabilizam pela moradia, educação e emprego.

Um ônibus do exército trouxe 28 venezuelanos para Guarulhos nesta semana, todos com vacinações e documentação em dia e amparados pela lei dos refugiados.  Entre eles estão uma enfermeira, um artista circense, um militar e duas grávidas.

Todos foram abrigados em uma casa alugada na Vila São Jorge que tem capacidade para até 30 pessoas. Seis profissionais foram contratados para auxiliar os necessitados, entre eles assistentes sociais e psicólogas. Os refugiados podem permanecer no local por 90 dias e ajudam na cozinha e na limpeza da casa.

“As crianças chegaram ontem e ganharam kits de higiene pessoal. Uma delas chorou de tão feliz em ter uma casa para morar”, contou o pastor Fernando Brandão, um dos coordenadores do projeto.

Mesmo empregadas, as pessoas ainda passam fome devido à inflação

Comprar um pão hoje na Venezuela custa um milhão de bolívares venezuelanos, o equivalente a R$ 16,58 na moeda brasileira.

Alfredo Alejandro Bravos Rojas, 26, era o Primeiro Sargento da Guarda Nacional e deixou tudo para trás. Veio com sua esposa grávida de 30 semanas e seus dois filhos pequenos, uma de quatro e um de dois anos. “Você pode trabalhar, mas isso não dá para nada. Um mês de trabalho dá para comer um ou dois dias. Trabalhamos o mês todo para comprar um pacote de sabão”, contou Rojas que torce para que seu país melhore e que possa retornar um dia.

Imagem: Mayara Nascimento

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