Presos de Guarulhos produzem telejornal com informações sobre a dengue

Foto: Divulgação
- PUBLICIDADE -
Corrida Folha Metropolitana

A parceria bem-sucedida entre a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e Secretaria de Estado da Educação (Seduc) vem produzindo frutos. Um caso está no projeto “Todos contra a dengue”, desenvolvido pela Escola Estadual “Francisco Antunes Filho” junto aos reclusos do Regime Semiaberto (RSA), da Penitenciária I “José Parada Neto” de Guarulhos. A ação contou com apoio da Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) e da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Segundo o diretor geral da penitenciária, André Luiz Alves, o projeto foi idealizado pelos professores e pela coordenadora pedagógica da escola que atua na unidade prisional. De acordo com ele, de forma didática e competente, a equipe orientou os sentenciados na produção de um telejornal informativo a respeito da dengue, tema extremamente atual. O trabalho também será apresentado aos outros reclusos da Ala de Progressão.

Júlio Cesar de Moura, diretor da escola vinculadora, destacou que o projeto ganhou relevância ao alinhar esclarecimentos para a população sobre um problema atual, que é a epidemia de dengue, com o aprendizado feito em sala de aula com os reclusos. A ação, na opinião do diretor, ainda ajudou a desenvolver o senso de consciência coletiva por meio de pesquisas práticas feitas em sala de aula.

Trabalho nos bastidores

Com base na epidemia de dengue enfrentada em várias cidades do Estado de São Paulo a coordenação pedagógica da escola vinculadora, sob a direção de Glória Cristina Pereira, viu uma oportunidade de desenvolver o projeto multidisciplinar com foco na conscientização sobre a prevenção e cuidados associados. Assim, nasceu o Jornal RSA, um trabalho que envolveu oito alunos dos Ensinos Fundamental e Médio.

        O objetivo da ação foi trabalhar junto à comunidade escolar e prisional visando informar sobre a prevenção da dengue. Nesse contexto, o grupo multidisciplinar foi composto por professores das disciplinas de ciência, português, geografia, inglês, matemática, história e artes. A equipe educacional, juntamente com os alunos, arregaçou as mangas e se dedicou ao projeto para valer.

        Para estruturar o Jornal RSA foi preciso que cada professor aproveitasse ao máximo o projeto e desse o enfoque adequado à sua disciplina a partir dos objetivos específicos, como identificação da dengue, causas da epidemia, formas de contágio, prevenção que inclui mudança nos hábitos de higiene, além de pesquisas sobre origem do mosquito Aedes Aegypti, regiões mais afetadas no Brasil, importância de desenvolver a cidadania para evitar a proliferação do mosquito e, por fim, tratamento adequado.

Luz, câmera e ação!

        Para o Jornal RSA tomar forma foram dias de planejamento e pesquisa, que contaram com o empenho de todos na produção de conteúdo para os âncoras do telejornal. Paralelamente, a equipe produziu vários cartazes com foco em ilustrações, gráficos, tabelas com estudos estatísticos, além da montagem do cenário da bancada do telejornal.

        Criatividade é o que não faltou na cobertura jornalística improvisada do telejornal RSA. A partir de materiais simples a equipe criou um estúdio de TV utilizando papelão, cartolina, lápis de cor, sucata de tampas plásticas, dentre outros itens. Nesse contexto, os alunos produziram textos leves, com frases curtas, ao mesmo tempo em que lançaram mão de muita ilustração para compor o painel de fundo do cenário com as informações mais importantes.

        Assim como nos grandes telejornais, onde aparecem imagens ao fundo enquanto os âncoras narram os fatos, uma engrenagem semelhante foi montada pelos reclusos. Toda a apresentação foi controlada manualmente, a partir de cartazes interligados por barbantes, dando a impressão de uma demonstração em painel mecânico.

- PUBLICIDADE -