Precisamos de mais unicórnios

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Passou a ser chamada “unicórnio” a startup que atinge como valor de mercado a cifra de um milhão de dólares. Elas são abundantes no Primeiro Mundo, mas chegam também, embora em menor escala, no Brasil.

A despeito de uma educação em regra ultrapassada, com a reiteração de conteúdos defasados e a preservação da aula prelecional, há jovens antenados com a revolução digital. Os millenials parecem já nascer com chip e são muito desenvoltos no manuseio de todas as geringonças que permitem inúmeras funcionalidades. Eles já criaram startups que alcançaram o status de unicórnios.

O livro “Da ideia ao bilhão”, de Daniel Bergamasco (Editora Portfolio Penguin), há um retrospecto dos dez primeiros unicórnios tupiniquins. Dentre elas, destacam-se o app de mobilidade 99, que concorre com o Uber e revolucionou o mercado de corridas de autos e o Quinto Andar, que oferece novas formatações para aluguel de imóveis.

Outra startup vencedora é a I-food, que divulga sua atuação a cada música que se ouve no youtube e que parece ter crescido bastante com a pandemia, o que é explicável.

São negócios vencedores, que partiram da constatação de que havia enorme insatisfação com o que já existia. O táxi presta serviços, mas acomodou-se em zona de conforto oferecida pelo monopólio. Quando se verificou que não é preciso ter frota, nem ponto, mas que o atendimento funciona e pode ser pago previamente por cartão, a nova moda pegou.

Os locadores sempre tiveram dificuldade em administrar seus imóveis, cujos locatários também não eram fervorosos adeptos do regime convencional. O Quinto Andar aproveitou-se disso.

Há muitas outras possibilidades para facilitar a vida das pessoas e oferecer a elas respostas mais eficientes, menos dispendiosas, mais inteligentes do que se encontra no cardápio atual. O importante é fazer com que a juventude se interesse por examinar os absurdos de uma sociedade que não percebeu a profunda mutação disruptiva e continua apegada a fórmulas necrosadas.

Enorme a responsabilidade do setor educacional, para prover os interessados em inovação de ambiente favorável à inventividade, engenhosidade, empreendedorismo e criatividade. É disso que o Brasil precisa para deslanchar e para equiparar-se a nações que navegam soberanas no mundo digital e deixam nações atrasadas mais uma vez na rabeira.

José Renato Nalini

Reitor da Uniregistral e presidente da Academia Paulista de Letras (APL)

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