O
presidente Jair Bolsonaro propôs ao Congresso Nacional um corte de R$ 1,4
bilhão nos recursos do Ministério da Educação para acomodar gastos com obras e
outras ações patrocinadas pelo Congresso Nacional. A pasta recebeu a maior
tesourada na proposta de remanejamento de R$ 6,118 bilhões, formalizada ontem
ao Legislativo.
O Ministério do Desenvolvimento Regional foi o
maior beneficiado e deve receber R$ 2,3 bilhões. Outro R$ 1,06 bilhão ficará
com a Infraestrutura. O restante será dividido entre Saúde, Minas e Energia e
Agricultura.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, o
remanejamento faz parte do acerto de Bolsonaro com o Congresso para destravar
uma parte inicial do Plano Pró-Brasil de investimentos, cujo maior entusiasta é
o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. O ministro tem viajado
com o presidente para diversas regiões do País para inaugurações e tem repetido
que a ordem de Bolsonaro é não deixar nenhuma obra paralisada.
Os parlamentares também cobraram maior espaço no
Orçamento e ganharam poder para indicar mais de R$ 3 bilhões do crédito. Os
cortes ainda precisam do aval do Congresso para serem efetivados
Desde que Bolsonaro bateu o martelo sobre
garantir o dinheiro para as obras, os ministérios travaram uma guerra
silenciosa nos bastidores para tentar blindar o próprio cofre. Como revelou o
Estadão, o corte inicial no MEC seria até maior, de R$ 1,57 bilhão.
A Defesa, que reclamou do possível corte de R$
430 milhões, perdeu menos: R$ 330 milhões. A Cidadania também conseguiu reduzir
a tesourada de R$ 487 milhões para R$ 385,2 milhões.
Também perderam recursos Economia (R$ 615,6
milhões), Justiça (R$ 300 milhões), Turismo (R$ 148,7 milhões) e Presidência
(R$ 9,9 milhões).
‘Poupança contábil’
Para evitar um aperto ainda maior nos órgãos, o
governo ainda tirou R$ 724,5 milhões da reserva de contingência, uma
“poupança contábil” para o governo ter de onde tirar dinheiro em
emergências.
A Junta de Execução Orçamentária (JEO), formada
pelos ministros da Economia e da Casa Civil, reviu os cortes após os órgãos
terem lançado uma ofensiva para tentar escapar dos bloqueios. Muitos enviaram
ofícios à equipe econômica elencando riscos aos programas em andamento e
colocaram a “culpa” pelos cortes na Secretaria de Governo,
responsável pela articulação política do Palácio do Planalto e pela ponte com
os parlamentares.
Por obras, Bolsonaro quer R$ 1,4 bi do MEC
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