Por mais representatividade negra no setor cultural

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O Dia da Consciência Negra estimula a sociedade aprofundar o conhecimento sobre a história e a cultura africanas. Também propõe amplo debate sobre a desigualdade racial existente em nosso país, infelizmente ramificada em diversos setores – como por exemplo o cultural. Seja por falta de representatividade ou personagens estereotipados, historicamente a população negra é prejudicada em diversas linguagens artísticas. Por isso, uma das formas de celebrar este dia 20 de novembro é o interesse por conteúdos relacionados ao tema, ler autores negros e, deste modo, contribuir para promover a diversidade também no mundo da cultura e da literatura.

A editora da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (IMESP), importante pilar institucional da empresa que publica o Diário Oficial do Estado desde 1891, concentra-se sobretudo em obras de referência, raramente acolhidas por selos editoriais privados. O catálogo da IMESP concentra livros que fomentam discussões a respeito da questão étnica no Brasil. São títulos que homenageiam personalidades negras, que fizeram história nas artes e na literatura, além de volumes que embasam a compreensão de contextos históricos.

Considerado por muitos críticos como o maior escritor brasileiro, Machado de Assis é a figura central dos dois tomos de Escritor por Escritor: Machado de Assis segundo seus pares (IMESP), organizados por Hélio de Seixas Guimarães e Ieda Lebensztayn. Resultado de vasta pesquisa realizada em instituições públicas, a obra completa reúne impressões de autores e intelectuais contemporâneos e posteriores a ele, opiniões expressas em textos publicados desde a sua morte, em 1908, até 1939 – no primeiro volume; e até o centenário, em 2008, no segundo. Algumas das polêmicas em torno de Machado são mencionadas, incluindo seus posicionamentos perante os movimentos sociais e políticos do seu tempo. Destaca-se ainda, no conjunto da obra, um contundente texto de autoria de outro grande autor negro brasileiro, Lima Barreto.

Na categoria de Arte, a obra Yêdamaria (IMESP) exalta a artista plástica negra e nordestina Yêda Maria Corrêa de Oliveira. Nascida em 1932 em Salvador (BA), foi a primeira estudante negra da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia e, no início dos anos 1970, a fazer mestrado nos Estados Unidos. O título faz uma retrospectiva de sua carreira como pintora, que ganhou notoriedade nacional e internacional.

Já o clássico publicado originalmente na Inglaterra em 1971, Arte Africana, do antropólogo britânico Frank Willett, chegou às prateleiras brasileiras em 2017, por meio de uma coedição da IMESP e SESC-SP. O título apresenta grande introdução sobre as mais importantes produções artísticas africanas, passando pela pintura, escultura e arquitetura. A edição nacional, com revisão do autor, tem inclusão de dados mais recentes e novas ilustrações. 

Vale ênfase também a dois títulos integrantes da Coleção Aplauso, da IMESP: Zezé Motta: muito prazer e Jeferson De: dogma feijoada – o cinema negro brasileiro. O primeiro perfila a atriz Zezé Motta, consagrada por seus numerosos trabalhos no cinema, no teatro e na televisão. O segundo traz quatro curtas-metragens do cineasta negro Jeferson De, e aborda a história do negro no cinema brasileiro em análise do sociólogo Noel dos Santos Carvalho.

Ao longo dos anos, a editora da Imprensa Oficial publicou diversos outros livros relativos à temática, todos grandes sucessos e atualmente esgotados. Entretanto, todos os títulos aqui mencionados podem ser adquiridos nas lojas próprias, pela livraria virtual (livraria.imprensaoficial.com.br) ou na livraria física (Rua XV de Novembro, 318 – Centro São Paulo – SP), ou por meio de livreiros parceiros.

*Izabel Camargo Lopes Monteiro é Diretora Administrativo-Financeira da Imprensa Oficial do Estado e da PRODESP – Empresa de Tecnologia do Estado.

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