Penitenciárias com acesso precário favorecem fugas e emboscadas, diz sindicato dos agentes penitenciários de SP

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“O nome ‘Área de Segurança’ diz tudo! Pois esses lugares deveriam ter segurança absoluta, e não darem brechas para que mortes ocorram. O Governo do Estado coloca em risco a segurança dos funcionários da penitenciária e da sociedade. Veja bem, a precariedade das vias de acesso – sem asfalto, repletas de lama, buracos e pontos propícios para emboscadas – faz com que até uma bicicleta atravessada na via, se torne um risco para barrar o transporte de presos. Isso é claramente visto no presídio de Mairinque, por exemplo. Pra se ter uma ideia, se houver algum imprevisto no presídio de Mairinque, os pedidos de socorro só poderão ser feitos a 8 KM de distância do local, na rodovia Raposo Tavares”, conta Antônio Pereira, presidente do Sindespe, sindicato que responde pelos agentes de escolta e vigilância penitenciária.

O problema de Mairinque se agrava com as chuvas. A lama ocupa todo o trajeto onde as viaturas precisam trafegar: os carros ficam atolados, e em alguns casos o trajeto precisa ser feito a pé. A situação prejudica ainda mais a escolta e facilita situações de emboscada. ‘As unidades prisionais são criadas sem um planejamento que vise a segurança dos agentes, principalmente num momento como o transporte do preso. Essa de Mairinque, especialmente, é algo surreal. Somente cerca de 6 KM são feitos de asfalto – o restante é barro. O Estado construiu algo que compromete a segurança de todos”.

Mas o caso de Mairinque não é o único. Em Praia Grande, Parelheiros (extremo sul de São Paulo) – onde já houveram mortes – e também em Caraguatatuba (litoral norte), vemos cenários parecidos. ”Pessoas já morreram. No caso da Praia Grande e Parelheiros, agentes foram mortos em frente à entrada principal dos presídios. É um absurdo, e uma falta de responsabilidade gigantesca. O Estado não pode permitir tal situação”, finaliza Pereira.

Mesmo com diversas solicitações e ofícios que relatam os casos para a ALESP e outros órgãos competentes do estado, até o momento não existe nenhum projeto de melhorias para os presídios citados. 

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