Moradores denunciam abandono das obras do Rodoanel desde dezembro

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Lucy Tamborino

Os moradores da região do Santos Dumont próxima a obra do trecho Norte do Rodoanel denunciam abandono das intervenções desde dezembro. A Folha Metropolitana esteve no local ontem e não localizou nenhum trabalhador nem máquinas na área.

Como se não bastasse isso, o local acumula mato alto, poeira e virou ponto de descarte de lixo. “Tem tanto pó que a gente não aguenta. Meus filhos não podem brincar na rua só dentro de casa. Se a obra fosse finalizada ia melhorar muita coisa no trânsito também”, lamentou a recicladora Laís Garcia, de 31 anos, que mora na região há três anos.

A obra além de causar danos aos moradores que ainda vivem na região obrigou outros a abandonarem suas casas. Esse é o caso da costureira Cláudia Martins, de 60 anos, que morava na região há mais de 20 anos. “Desde que começou a obra eu saí daqui. A poeira impregnava muito no tecido, meu marido e meus netos também têm bronquite”, disse. “Era muita terra, caminhão e a estrada ficava toda detonada”, completou.

A Secretaria de Logística e Transportes (SLT) reafirmou apenas que, para efetivamente assegurar o bom uso dos recursos públicos, decidiu contratar o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para a realização de um estudo completo sobre a atual situação dos seis lotes que compõem o trecho Norte, o que, de acordo com a pasta, será formalizado nas próximas semanas.

Já a Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) informou que o trecho conta com uma média de 86% das obras totais concluídas. Em janeiro, era previsto que os lotes que cortam Guarulhos seriam entregues ainda esse ano, prazo que depende agora da análise do IPT. A obra foi orçada inicialmente em R$ 6,5 bilhões. Hoje o custo é de cerca de R$ 10 bilhões. A Dersa também afirmou que está em processo a contratação de uma empresa para realizar a manutenção da faixa de domínio.

Imagem: Lucy Tamborino

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