Moradores de Guarulhos enfrentaram dificuldades de locomoção durante a greve de sexta-feira

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Lucy Tamborino e Mayara Nascimento

Quem precisou se locomover na cidade na manhã desta sexta-feira (14) teve que dar um jeito para burlar a greve contra a Reforma da Previdência, que paralisou os ônibus municipais e intermunicipais e algumas linhas de metrô e trem. Mesmo com a determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de que pelo menos 70% dos ônibus municipais deveriam rodar durante os horários de pico, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, os coletivos nem saíram das garagens.

Essa medida impactou a vida de Viviane Santiago, 51 anos, que mora na região dos Pimentas e trabalha na avenida Guarulhos, na Ponte Grande. Em dias normais, ela precisa de três ônibus municipais para chegar até seu local de trabalho. Durante a greve, depois de esperar duas horas sem sucesso para conseguir embarcar em algum micro-ônibus para o centro da cidade, a empresa enviou uma van para buscar os funcionários.  

O Terminal Pimentas foi o ponto de encontro dos funcionários para embarcarem no transporte da empresa. “Nem todo mundo conseguiu embarcar na van porque nem conseguiram chegar ao terminal. Em dia normal já é difícil se locomover na cidade, por muito trânsito e falta de linhas que atendam toda a população, em dia de greve é pior ainda”, comentou Viviane.

Uma opção para quem precisou ir à capital, especificamente até a estação Brás do Metrô, foi utilizar a Linha 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que operou normalmente. O problema é que a linha conta com apenas três estações: Engenheiro Goulart, Cecap e Aeroporto Guarulhos e, assim, não cobre toda extensão do munícipio. Mesmo para quem utilizou a CPTM, precisou lidar com um metrô lotado, já que o serviço operou parcialmente.

Algumas empresas custearam táxis para funcionários, porém uma minoria realizou a ação. Além disso, muitas vans irregulares foram vistas circulando pela cidade para atender toda a população.

Passageiros caminham até 4km para não perderem voos

Durante o dia algumas manifestações também foram registradas em Guarulhos. Uma delas, organizada pela Frente Povo Sem Medo, na rodovia Hélio Smidt foi encerrada no GRU Airport – Aeroporto Internacional de São Paulo. Os manifestantes estavam em um gramado nas imediações do Terminal 1 esperando os ônibus do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) buscá-los. Eles tentaram continuar o protesto no sentido contrário, mas não foram autorizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Por conta disso, a rodovia ficou travada atrapalhando a vida de muitos passageiros que tinham voos marcados para esta sexta-feira (14). Para não perder o horário do voo, muitos deles decidiram caminhar pela estrada até o maior terminal aeroportuário do país. Por volta das 11h, a manifestação no local já havia terminado, mas ainda haviam reflexos no trânsito.

Prefeitura adota planos de emergência para minimizar os impactos

A Prefeitura de Guarulhos, por meio da Secretaria de Transportes e Mobilidade Urbana (STMU), montou um esquema de emergência para amenizar os problemas que a paralisação causaria para a população. A pasta afirmou que os micro-ônibus operaram na totalidade e estenderam o percurso dos bairros até a região central, representando o atendimento de cerca de 40% dos usuários do transporte público municipal.

Os caminhões de coleta de lixo também não circularam durante o dia. Por meio de nota, a prefeitura pediu a compreensão da população e para não colocar o lixo na rua.

Imagem: Lucy Tamborino

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