Influenciadores influenciam?

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Serginho Freitas

Nos últimos meses, principalmente depois que começou a quarentena, tenho observado uma enorme quantidade de perfis em redes sociais que se auto intitulam “influenciadores digitais gastronômicos”.

Esses “perfis”, que oferecem “divulgação” em troca de comida grátis, principalmente aos finais de semana, vêm atormentando os donos de bares e restaurantes diariamente.

“Serginho, recebo em média 2 mensagens por dia somente pelo Instagram de cada casa. Sempre são pedidos de algo do nosso cardápio em troca de divulgação para seus seguidores. A grande maioria dos perfis tem seguidores comprados através de programas e como tenho uma equipe de marketing, descobrimos na hora. A grande maioria nem respondemos”, explicou R.R., (nome ocultado por decisão minha!), que comanda 5 grandes espaços gastronômicos na cidade.

Além dos seguidores comprados, outra coisa que me chamou a atenção é que os pedidos de parceria chegam praticamente a todos bares e restaurantes da cidade ao mesmo tempo!

“É até engraçado. Sexta feira é o principal dia de receber. Além da diferença de minutos entre uma mensagem e outra, os textos são os mesmos. Nem o trabalho de escrever para cada um o ‘divulgador’ tem!”, concluiu.

Mas nem tudo está perdido para os proprietários do segmento gastronômico!

Perfis como o Quanto Custa Comer Bem, (@quantocustacomerbem), tem um trabalho super bacana.

“Sempre gostei de comer bem e postava em minhas redes sociais pessoais as experiências. Há dois anos de tanto meus amigos falarem criei o Quanto Custa Comer Bem. Nele eu publico não apenas o prato que experimentei. Gosto de mostrar também quanto ele custou e, principalmente, como encontrar o restaurante. É mais uma troca de experiência gastronômica”, contou Paula Milat, fundadora e responsável.

Aproveitei o bate papo com ela e perguntei sobre essa invasão virtual.

“Serginho, tenho meu emprego fixo e o Quanto Custa, por enquanto, não é a minha principal fonte de renda. Um dia ele pode até se transformar em algo maior e vir a ser, mas quando isso acontecer quero continuar a passar experiências reais e apreciadas por mim e por amigos. Algumas pessoas pedem que eu fale sobre ingredientes ou que eu de palpites sobre sabores e temperos, mas não sou formada em gastronomia e não pretendo me transformar em crítica gastronômica. Não acho legal falar mal de algo que alguém batalhou para colocar na rua. Quando eu tenho uma experiência negativa, que já aconteceu, simplesmente não publico no Quanto Custa”, explicou.

Bem, depois de ouvir os dois lados “do prato”, vou continuar a minha saga de encontrar páginas, sites e perfis que sejam bacanas e colocarei um texto especial exclusivo nas redes virtuais da Folha Metropolitana na próxima semana.

Um abração galera, use máscara, fique em casa e faça seus pedidos pelo delivery.

Isolamento social é importante para acabar com esta pandemia mundial!

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