‘Hoje as pessoas podem abrir um negócio de forma mais fácil, com mais chances de acertar’

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Mayara Nascimento

Todos os dias pessoas saem do mercado de trabalho formal e abrem seus próprios negócios. Em Guarulhos, a segunda maior cidade do Estado de São Paulo, não é diferente. Para dar suporte a todos os empreendedores do município, existe a Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE) desde 1963.

Para apresentar a ACE-Guarulhos à comunidade, a Folha Metropolitana conversou com Silvio Alves, atual presidente, que iniciou seu mandato no começo de janeiro. Alves tem 47 anos, nasceu em Pernambuco, mas veio ainda pequeno para o município. É comerciante, diretor da rede X Supermercados, que possui 10 lojas (sendo cinco no município e outras cinco na capital e em cidades do Alto Tietê). Iniciou o negócio ao lado de dois irmãos, em 1993, com o apoio dos pais.

A primeira unidade nasceu pequena, na estrada do Sacramento, no bairro Pimentas. Hoje, a rede emprega cerca de 1.200 colaboradores diretos. Alves prevê a abertura de mais três unidades ainda neste ano.

Ele já comandou a unidade regional da Associação Paulista de Supermercados (Apas). Associado à ACE-Guarulhos há mais de duas décadas, exerceu a vice-presidência de Varejo na entidade durante a gestão 2018/2019. Em novembro do ano passado, foi eleito por unanimidade presidente da ACE para o biênio 2020/2021.

Abaixo os principais pontos desta entrevista que pode ser conferida na íntegra no site www.fmetropolitana.com.br.

Folha Metropolitana – Quais foram as principais lições de mercado que te trouxeram até este cargo importante?

Silvio Alves – Eu sou empresário e já participei de outras entidades, como a Apas. Me apaixonei pela ACE por ela congregar comércio e todo o setor empresarial, seja ele comércio, indústria ou serviço. Por conhecer e vivenciar as dificuldades do setor empresarial, por estar do outro lado do balcão, vi a oportunidade de trabalhar em prol da categoria. O que me trouxe até esse desafio foi a paixão por ser empresário.

Quais são os planos para a atual gestão?

Temos a meta de dobrar o número de associados até o final do ano que vem. Hoje temos dois mil. Iremos criar várias ações para fortalecer o setor empresarial, como, por exemplo, ampliar o número de palestras e treinamentos para os donos e para os colaboradores do negócio. Sou um presidente que também é empresário da cidade, e tenho as mesmas dores dos meus associados. Essa representatividade é muito importante.

E os desafios?

Vivemos em um momento em que o mundo digital se transforma muito rápido. Se você não correr, não consegue acompanhar. Um dos nossos desafios é acompanhar essa mudança, trazendo grandes palestras com temas novos e atuais para os empreendedores.

Quais serviços a ACE presta para a comunidade?

Oferecemos uma grande quantidade de serviços, com custos acessíveis e comodidade para o associado. Entre eles o Certificado Digital, que é obrigatório para as empresas emitirem nota fiscal; e o Registro de Marcas, proporcionando um escritório de confiança, que cuida do processo por completo. Tentamos agregar valor para o empresário, e tentamos devolver 10 vezes mais do que ele venha a pagar para nós.

Além dos serviços, qual outra vantagem o associado pode ter?

Temos o clube de descontos, que são parcerias entre comércios, faculdades e escolas da cidade. É uma via de mão dupla, pois ajudamos o associado a fazer novos negócios e ele proporciona descontos para outros parceiros. Por meio dessa condição de desconto, ele tem de volta o valor pago na mensalidade. Um exemplo é oferecer um curso superior para um colaborador, sendo um benefício e um investimento na própria empresa. Isso se estende até convênio médico. O valor é muito alto, principalmente para pequenos negócios, e por meio das parcerias conseguimos condições diferenciadas. É uma forma de contribuir para o colaborador, para a empresa e para a economia da cidade.

Como a ACE incentiva a capacitação dos colaboradores?

A entidade promove cursos e palestras gratuitas e iremos ampliar a grade. Geralmente são voltados apenas para os associados, mas temos a possibilidade de estender o convite para um amigo, pois é uma oportunidade de ele conhecer a ACE e fomentar o empreendedorismo. Pretendo conquistar um espaço maior para atender o público.

Quem pode se associar?

Qualquer pessoa que tenha um CNPJ, desde um microempreendedor, um pequeno empreendedor até grandes indústrias. A entidade está de portas abertas e é a casa e o porto-seguro do empresário. Lá ele tem voz, pode levar sua demanda, ter amparo e suporte em suas necessidades. Muitas vezes ocorre de uma empresa quebrar financeiramente por falta de apoio e suporte. A entidade existe para isso, para ajudar. A mensalidade não é obrigatória e o associado paga se achar que vale a pena. Por isso tentamos devolver 10 vezes mais do que ele paga, por meio dos serviços, cursos e palestras.

Como funcionam os núcleos dentro da associação?

Temos diversos núcleos, como por exemplo, o Conselho da Mulher Empreendedora (CME). Nele existem políticas voltadas para mulheres que querem empreender e para aquelas que já possuem seu negócio. A mulher se sente mais amparada e conhece outras pessoas que estão na mesma situação ou dificuldade, isso proporciona um acolhimento. Também temos o núcleo do jovem empreendedor.

Empreender é uma alternativa para a atual situação econômica do país?

Nos últimos cinco anos os novos negócios cresceram ainda mais por conta do desemprego. As pessoas procuram empreender para fugir da crise e conseguir colocar comida dentro de casa. O empreendedor informal é a maioria. Muitas vezes ele não possui CNPJ, então não consegue linha de crédito, não tem nota fiscal. E a associação existe para acolher e orientar essas pessoas, para que o negócio delas funcione.

Qual dica daria para quem está começando agora?

É muito importante buscar conhecimento. Tudo aquilo que pensamos em começar, já existe alguém fazendo e bem posicionado no mercado. A dica é procurar informações sobre aquilo que quer fazer, leia, pesquise, se informe, visite quem já está empreendendo na área que pretende começar. É necessário muito foco, determinação e trabalho. Ser empreendedor é um desafio muito grande. As pessoas que montam seu primeiro negócio trabalham muitas horas por dia, não têm final de semana nem feriado, férias, então é preciso se adaptar à mudança do sistema CLT. Essa transformação reflete dentro de casa, com a família. Minha dica é procurar a entidade para vivenciar o mundo empresarial. Quando eu comecei não tive esse apoio, e hoje as pessoas podem abrir um negócio de forma mais fácil, com mais chances de acertar.

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