Com a vida corrida, os encontros presenciais cada vez mais raros e a tecnologia dominando as interações sociais, muitos guarulhenses têm encontrado no celular uma porta para o amor verdadeiro. A popularização dos aplicativos de relacionamento como Tinder, Bumble, Happn e outros vem transformando a maneira como os casais se conhecem — e em Guarulhos, não é diferente.
Hoje, não são poucos os que começaram com um “match” e terminaram em namoro, casamento ou até filhos. A reportagem da Folha Metropolitana conversou com alguns desses casais que trocaram curtidas, mensagens e, posteriormente, juras de amor que ultrapassaram o mundo digital.
A publicação antecede a data mais romântica do calendário: o Dia dos Namorados, que será comemorado no próximo dia 12 de junho — um momento perfeito para celebrar histórias de amor que começaram online e ganharam vida fora das telas.
Do “match” ao altar
A funcionária pública Tatiane Souza, 35, e o engenheiro Rodrigo Matos, 37, se conheceram em 2020, durante a pandemia, pelo Tinder. Ela no Cocaia e ele no Picanço, ambos buscavam “só uma conversa para passar o tempo”, como disseram. O primeiro encontro presencial só aconteceu dois meses depois, em uma cafeteria no Bosque Maia. O que parecia um simples café virou o início de uma história que culminou em casamento no civil em 2023.
“Nunca imaginei encontrar alguém com quem eu casaria em um aplicativo. Achava que era só para aventuras. Mas hoje, não tenho dúvidas de que foi a melhor escolha da minha vida”, diz Tatiane.
Amor no primeiro áudio
Já para Eduardo Lima, 29, e Vanessa Rocha, 27, o destino se cruzou no Bumble. Após algumas trocas de mensagens, o que encantou Vanessa foi um áudio espontâneo que Eduardo mandou, rindo de uma piada boba. Eles se encontraram no Shopping Maia e desde então não se desgrudam. Estão juntos há 2 anos e já planejam morar juntos no Jardim São João. “O aplicativo foi só o meio. O que veio depois, os encontros, os sonhos e as conquistas, foram todos reais”, conta Eduardo.
A nova realidade dos relacionamentos
Segundo dados do IBGE e estudos de plataformas de namoro, o Brasil registra aumento constante de casais que se formam por meio de aplicativos, especialmente em cidades urbanas como Guarulhos. O anonimato, a praticidade e os filtros por afinidades ajudam a quebrar a timidez e acelerar conexões que poderiam demorar meses para acontecer presencialmente.
A psicóloga e terapeuta de casais Lívia Martins, que atende na região central da cidade, reforça que o estigma em torno desses aplicativos tem diminuído. “Hoje os apps são parte da rotina. O importante é como o relacionamento se constrói fora das telas, com respeito, parceria e objetivos em comum”, afirma.
Mais do que tendência: histórias reais
A estudante de arquitetura Rafaela, 24, conheceu o namorado André, 28, em 2022, em um grupo do Badoo. Ele morava na Vila Galvão e ela na Vila Rio. A conexão foi instantânea: falaram de música, política e comida — os dois adoram pastel de feira. Dois anos depois, o casal já viajou junto, passou por momentos difíceis e celebra, todos os meses, o dia do primeiro “match”.
Essas histórias mostram que, apesar de começarem com um clique, os relacionamentos de hoje continuam sendo construídos com carinho, tempo e presença — e, acima de tudo, com verdade.
Seja casando, morando juntos ou namorando, esses casais guarulhenses provam que o amor também pode ser encontrado no digital — e florescer lindamente na vida real.