Guarulhos lança Plano de Contingência para o atendimento de desastres

Assunto:Lançamento do Plano de Contigência Local:Auditório da Saúde Data:09.04.2019 Foto:Sidnei Barros/PMG
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Da Redação

Guarulhos lançou oficialmente nesta terça-feira (9) o Plano de Contingência para o atendimento de Desastres com Múltiplas Vítimas. O documento de 168 páginas contém as diretrizes para a assistência à saúde em toda a cidade em situações dessa natureza. Seu lançamento ocorreu durante a reunião ordinária da Rede de Urgência e Emergência, realizada no auditório da Secretaria de Saúde (Gopoúva), onde foram distribuídos 60 exemplares aos setores envolvidos.

Além de estabelecer fluxos para o atendimento de múltiplas vítimas, com previsão de medicamentos, insumos, leitos, transporte, alimentação, laboratório, vestuário, suporte social, entre outras coisas, o Plano de Contingência, elaborado pelo Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, agrega o dicionário multilíngue com 97 páginas. Criado pela Secretaria de Estado da Saúde, por ocasião da Copa do Mundo da Fifa 2014, o dicionário permite a consulta de termos e palavras-chaves relacionadas à saúde em 11 idiomas diferentes.

O objetivo da construção deste plano é estabelecer regras de bom funcionamento em eventualidades deste tipo, respeitando as particularidades de cada instituição. Visa ainda proteger pacientes e equipes multiprofissionais de saúde, garantindo transporte seguro aos pacientes, tratamento adequado, conforto às famílias envolvidas com o provimento de informações fidedignas e seguras sobre os acontecimentos, de forma a assegurar a credibilidade dos serviços de urgência e emergência da cidade.

Para tanto, o documento prevê a realização de simulados de forma periódica, para a capacitação dos diversos setores que integram o Plano e que deverão ser acionados em uma situação de emergência, entre eles: os hospitais públicos, Samu, Cobom, Defesa Civil, Polícia Militar, serviços de pronto-atendimento 24 horas por dia e até unidades da Rede Básica de Saúde. No próximo dia 23 já acontece o primeiro teste, com a realização de um grande simulado de acidente aéreo na Vila Nova Bonsucesso, coordenado pela Defesa Civil e Samu, com participação da GRU Airport. 

Suporte ao Plano

Integram o plano os seguintes serviços de urgência e emergência: Samu; Hospital Municipal de Urgências (HMU); Hospital Municipal da Criança e do Adolescente (HMCA); Hospital Municipal Pimentas Bonsucesso (HMPB); Hospital Geral de Guarulhos (HGG); Complexo Hospitalar Padre Bento; Hospital Stella Maris e Maternidade Jesus José e Maria.

Além desses, funcionarão como retaguarda para o atendimento das vítimas de traumas leves, moderados e graves os seguintes serviços de pronto-atendimento: UPAs Paulista, São João e Cumbica. Já para os casos classificados como leves e moderados estão destacados o PAs Bonsucesso, Alvorada, Dona Luíza, Maria Dirce e Paraventi.

Ainda estão incluídos no Plano de Contingência 17 unidades da Rede Básica de Saúde para que, em uma situação de desastre ou catástrofe, o acesso das vítimas à assistência seja rápido. Dessa forma, cada região de Saúde elencou de quatro a seis Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como unidades estratégicas e de referência para situações de emergências, as quais deverão ter: profissionais capacitados para receber as vítimas; insumos e medicamentos diferenciados; bem como acesso fácil a local de abrigamento, como escolas, quadras, estádios entre outros.

Na região do Centro foram escolhidos para integrar o Plano de Contingência o Ambulatório da Criança e as UBS Flor da Montanha, Cecap, Tranquilidade, Paraventi e Ponte Grande. Na região Cantareira, as UBS Palmira, Belvedere e Paulista. Na região São João e Bonsucesso, as UBS Seródio, Marinópolis, Inocoop, além do Cemeg São João. Já na região Pimentas e Cumbica foram elencadas as UBS Jacy, Marcos Freire, Santo Afonso e Jurema. Essas unidades darão suporte para atender os casos leves.

Operação

O plano prevê que assim que serviços como 190 da Polícia Militar, 192 (Samu), 193 (Cobom) ou 199 (Defesa Civil) forem acionados para o atendimento de uma catástrofe ou desastre ou acidente com múltiplas vítimas, a providência imediata a ser tomada deverá ser a confirmação da notícia. Se verdadeira for, as primeiras equipes a chegar ao local do evento passarão informações em tempo real sobre a dimensão real do acidente, comunicando a Central de Regulação Médica Pré-hospitalar para que esta direcione mais recursos para o atendimento, de acordo com as necessidades.

Essa Central também ficará encarregada de gerenciar o atendimento pré-hospitalar no local do acidente, onde serão montados postos médicos avançados, com a separação das vítimas em áreas delimitadas por cores: vermelha (pacientes graves), amarela (pessoas com risco de morte caso não sejam tratadas em 24 horas), área verde (casos de menor gravidade) e área preta (pacientes críticos).

Gabinete de crise

Ainda caberá à Central de Regulação Médica Pré-hospitalar dar o alerta para a ativação do Gabinete de Crise, se necessário, via Central de Regulação Interhospitalar. Esse Gabinete terá a incumbência de garantir o isolamento e a segurança do local, para o atendimento das vítimas, assegurando rotas de fuga e, assim, a chegada e saída das ambulâncias de forma rápida e segura. É ele que acionará os demais setores envolvidos.

Dependendo da magnitude da ocorrência e de acordo com as necessidades, o Gabinete de Crise pode ser composto por representantes das seguintes instituições: Polícia Militar, Polícia Civil, IML, Departamento de Trânsito, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Samu, Cobom, Cetesb, Defesa Civil, Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Guarda Civil, Complexo Regulador na Urgência Hospitalar, Regiões de Saúde, Saae, EDP- Bandeirante, Comgás, empresas de telefonia, Assessoria de Imprensa e Serviço Social/ Capelão.

Na outra ponta, a Central de Regulação Municipal irá comunicar os hospitais para que cada um ative seu plano de contingência, transformando-o em plano de ação. Caberá ainda à Central de Regulação indicar o recurso mais adequado para cada vítima, direcioná-las aos serviços de saúde apropriados para o atendimento de cada caso e acionar outras instâncias para o envio de mais recursos, dependendo da necessidade. Também está prevista no Plano a realocação de pacientes pelo grau de complexidade e de agravamento, após triagem no local do evento ou no hospital.

Níveis de resposta

De acordo com a magnitude do acidente e número de vítimas atingidas, os hospitais e demais serviços de saúde que integram o Plano deverão adotar um dos três níveis de resposta a seguir: no nível 1, quando a intensidade e potencialidade do evento for menor, o atendimento deverá ser realizado com os meios permanentemente disponíveis nos serviços de urgência e emergência do município, sem necessidade de recrutamento de pessoal adicional.

No nível 2, de intensidade e potencialidade moderada, a assistência se dará com recursos da unidade, ativados em situações de emergência, por meio da reorganização de funções dentro do turno habitual de trabalho das equipes médicas e de enfermagem, sem liberação de pessoal.

Já a resposta de nível 3 prevê mobilização de recursos em situações de emergência. Neste nível haverá necessidade de redimensionamento de funções dentro do turno habitual de trabalho das equipes, além da convocação de recursos externos. Nestes casos, o atendimento ao fluxo habitual da unidade terá de ser desviado para outros serviços que tenham condições de atendimento dos casos, priorizando o evento.

Sendo assim, o Plano de Contingência foi criado para atender situações em que se identifique a necessidade de esforços extras, de forma ordenada e planejada, garantindo o sucesso da equipe assistencial. Para tanto, o documento contém o plano de contingência detalhado e individual de cada setor, o qual será acionado de forma estratégica e coordenada, transformando-se em um grande plano de ação, o que é fundamental para assegurar o atendimento dentro dos padrões de excelência propostos.

Imagem: Sidnei Barros/PMG

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