Guarulhos é a 3ª cidade do Alto Tietê em número de áreas de risco

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Guarulhos é a terceira cidade do Alto Tietê em número de áreas de risco. A constatação foi apresentada por técnicos do Instituto Geológico (IG) que participaram da elaboração do “Mapeamento de Riscos de Movimentos de Massa e Inundações”, entregue recentemente pelo Governo do Estado.

Eles participaram nesta quinta-feira (3) de um encontro virtual com representantes de câmaras técnicas do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), que reúne as 11 cidades da sub-região Leste da Região Metropolitana de São Paulo – Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano.

O mapeamento aponta que 9,23% do território da região apresentam riscos de inundações, escorregamentos e erosões, sendo que 2,2% deles estão classificados nos níveis R3 (alto) e R4 (muito alto). Quando se considera as 730.148 edificações existentes nas 11 cidades, o mapeamento mostra que 21,61% estão em áreas de risco, sendo 4,8% nos níveis alto e muito alto.

Os municípios com maior parcela de áreas de risco são Itaquaquecetuba (26,1%), Ferraz de Vasconcelos (17,2%) e Guarulhos (15,3%), enquanto os menores são Salesópolis (1,41%), Guararema (1,45%) e Santa Isabel (1,48%).

Quando o detalhamento recai para edificações em áreas de risco, os municípios com os índices mais preocupantes são Itaquaquecetuba (32,1%), Mogi das Cruzes (26,2%) e Arujá (23,2%), enquanto Biritiba Mirim (2,94%), Guararema (5,28%) e Santa Isabel (7,65%) tem os menores indicadores.

Para o coordenador do Mapeamento do IG, órgão ligado à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Cláudio José Ferreira, os municípios da região possuem mais um instrumento de planejamento territorial e aplicação direta na prevenção e gestão de desastres. O estudo constatou que no período de 25 anos (1994/2018), a região do CONDEMAT registrou 5.987 acidentes e desastres geológicos, hidrológicos e meteorológicos, que resultaram em 113 mortes.

“São mapeamentos em três escalas complementares disponíveis também em formato de sistema de informação geográfica, para que diferentes gestores possam trabalhar com os dados, dando mais utilização ao estudo”, disse Ferreira.

“Fomos à campo para fazer uma varredura geral com detalhamento muito grande na escala de 1:3000 do estudo para classificar e orientar as possíveis ações”, complementou o especialista ambiental do IG, Eduardo de Andrade.

Já o coordenador da Câmara Técnica de Gestão Ambiental do Condemat, Daniel Teixeira de Lima, considera ser importante que o trabalho seja contínuo tanto nas prefeituras quanto no consórcio.

“As políticas públicas não são de governos, elas ficam e devem ser continuadas. Por isso, estamos pensando em trabalhar um plano regional de resiliência a desastres naturais estruturado no curto, médio e longo prazo”, destacou Lima.

O encontro dessa quinta-feira foi o primeiro de uma série de outros que vão ocorrer semanalmente a partir de agora somente com os gestores municipais.

“Os municípios precisam atuar juntos no planejamento territorial da região metropolitana. Vamos criar um grupo de trabalho para trocar experiências e o Consórcio dar perenidade nas ações”, completou o coordenador da Câmara Técnica de Planejamento do Condemat, Cláudio de Faria Rodrigues.

Mais de 50 pessoas entre representantes da Defesa Civil dos municípios, das Câmaras Técnicas de Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável; de Habitação; de Planejamento; e de Segurança do CONDEMAT participaram da reunião, que contou também com uma apresentação do tenente da Defesa Civil Estadual, Tiago Luiz Lorençon, que contextualizou o sistema de proteção e defesa civil.

“A Defesa Civil é um conceito responsável por articular entre todos os órgãos dos poderes públicos as ações, tanto na redução dos riscos de desastres, quanto nas tomadas de decisões”, concluiu Lorençon.

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