Guarulhense aposta na ciência para melhorar o desempenho dos seus atletas

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Silchya Rodrigues e Lucas Canosa

Essencial e em evidência durante o enfrentamento à pandemia, a ciência se faz necessária também no esporte. Consciente dessa importância, o Guarulhense aposta em profissionais capacitado visando a melhorar o desempenho dos seus atletas dentro e fora das quatro linhas.

“A fisioterapia esportiva, ao contrário do que muitos ainda pensam, objetiva não apenas reabilitar atletas, mas antes disso, prevenir que as lesões ocorram”. A frase é o ponto de partida para a explanação de Luiz Phillipe Gomes, fisioterapeuta das categorias iniciantes do Guarulhense, que abrangem os times sub-7, sub-8, sub-9 e sub-10.

Para Phillipe, em um esporte que, a cada dia as exigências físicas aumentam, a ciência “tem se mostrado fundamental já que os atletas, ainda em desenvolvimento motor e ‘maturacional’, apresentam necessidades diferentes da categoria adulta, como a necessidade de desenvolver a coordenação, o equilíbrio e a percepção corporal”.

“O futsal é uma modalidade que necessita da fisioterapia, pois não apenas a intensidade imposta pela modalidade, mas o alto nível de competividade e exigências exige dos atletas uma alta performance”, afirma Phillipe.

O profissional desenvolve trabalhos em conjunto com a comissão técnica das categorias iniciantes há cerca de um ano. “É evidente o ganho de equilíbrio, percepção corporal de e força de alguns atletas, além do ganho de agilidade”, completa o profissional.

Segundo o fisioterapeuta, entretanto, o maior impacto aconteceu em relação ao desconhecimento de alguns pais em relação à relevância da ciência aplicada nos seus filhos. “A maioria dos pais e atletas nunca teve contato com a fisioterapia, com a prevenção, com a reabilitação. O trabalho se torna ainda mais interessante, pois também possui caráter informativo e, talvez esta seja a maior diferença que tenho notado, pois quando cheguei, os pais e atletas nem sabiam quando deveriam procurar pelo fisioterapeuta, e hoje eles sabem da necessidade e da importância da fisioterapia”, conclui Luiz Phillipe.

A importância da psicologia no esporte

A harmonia entre o corpo e a mente é essencial no desenvolvimento das atividades com excelência. A Psicologia do Esporte trabalha analisando as questões emocionais e como elas podem afetar o nível dos esportistas. Essa área, que tem como objetivo o alto rendimento do coletivo, é dividida nas categorias: recreativa, escolar, reabilitação, projetos sociais, iniciação esportiva e rendimento. Estas duas últimas são as principais vertentes em que os profissionais do Guarulhense atuam. 

Gabrielle Cardoso, estagiária supervisionada de psicologia das categorias iniciantes, conta que o trabalho do psicólogo esportivo acontece no acompanhamento frequente dos atletas, dentro e fora de quadra. Ela atua na área de iniciação esportiva ensinando os pequenos a lidarem e expressarem seus sentimentos em relação ao esporte e, também, a entenderem as pressões externas e internas sobre o crescimento na modalidade.

“A gente precisa criar uma nova cultura dentro na iniciação esportiva, a cultura que já vem enraizada é a de tornar as crianças “mini-adultos”, torná-las o mais atletas profissionais possíveis e, na Psicologia do Esporte, a ideia é fazer com que a comissão técnica, os gestores e diretores entendam que temos que cuidar da formação da criança como pessoa e não só como atleta”, afirma Gabrielle.

O psicólogo Railton Rosa, que já trabalhou com as categorias femininas do Guarulhense e atualmente comanda a atuação da área na escolinha oficial do clube, complementa que, “com uma saúde mental equilibrada, os atletas gerenciam melhor suas emoções” – como a raiva, ansiedade, decepções e frustrações – sentimentos comuns que aparecem, por exemplo, ao perder uma partida.

A resistência encontrada por Carla Carvalho, psicóloga das categorias Sub-16 e Sub-18, é outra. Com um público mais velho em relação a Railton e Gabrielle, ela diz que um dos desafios é a resistência dos futebolistas em relação ao tratamento. “Por serem mais velhos, por terem mais experiências eles [os atletas] têm costumes diferentes e não estão acostumados com novas adaptações, assim como a inclusão de um profissional da psicologia”, relata. Uma dessas adaptações foi o atendimento online – em meio à pandemia – no qual o clube se reorganizou para que nenhum treinamento ou acompanhamento fosse cancelado.

Railton também aprecia a valorização da psicologia dentro do Guarulhense: “O fato de dar oportunidade ao profissional já é uma enorme valorização, muitas instituições ainda têm um preconceito muito grande com psicólogos, por receio de “apontarem” erros ou, a comissão técnica, muitas vezes enxerga o profissional como ameaça ao seu trabalho. Mas, no Guarulhense, percebo realmente uma parceria, em que, além de um desenvolvimento esportivo, há uma preocupação no desenvolvimento social de cada atleta. Isso valoriza o trabalho da psicologia dentro da instituição”, conclui o profissional.

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