Gratidão eterna aos amados antepassados

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José Augusto Pinheiro, 57, é jornalista guarulhense, palestrante, mestre de cerimônias, coach e orador da Academia Guarulhense de Letras; é o autor do livro “Dia após Dia, Disciplina e Gratidão”.

Há mais de um mês nós vivemos o isolamento social… Quantas lições eu tenho aprendido com este período compulsório de devotamento ao Sagrado Lar e às pessoas que o coabitam comigo. Creio conhecer a minha família hoje como jamais tive a oportunidade antes. Passamos dias juntos, normalmente, nas férias do trabalho e da escola do filho. Agora, tudo é diferente: nós nos relacionamos em todos os momentos, desde o alegre despertar até a hora de dizer boa noite. “Sinônimo de amor é amar”, já dizia o poeta Zé Ramalho.

Nas prazerosas horas de leitura das obras que compõem a minha biblioteca – tão rica e somente agora convenientemente explorada – , eu reflito sobre quem eu desejo ser depois que tudo isto passar. Sim, porque um dia a nossa existência será parecida com o que foi outrora. Eu creio. Esse turbilhão de emoções, de números e de nomes será superado por nós.

Qual José Augusto eu desejo ver refletido no espelho quando eu puder abraçar as pessoas novamente? Alguém melhor que antes da pandemia, espero. Quais serão os meus objetivos de vida – serão diferentes dos acalentados até aqui?

Nessas horas de autoconhecimento, com pensamentos nem sempre bem organizados, eu me lembro de meus pais e nossos ancestrais. Gratidão é a palavra de ordem a esses seres que me conduziram até o tempo presente. Como esta imensa crise, eles também passaram. Em sua época, nossos antepassados enfrentaram provas das mais diversas magnitudes. E eles venceram todas! Meus pais sentiram os efeitos – mesmo a distância – da II Guerra Mundial. Há mais de 100 anos, meus avós tiveram de enfrentar a Gripe Espanhola. E resistiram, com
bravura e dignidade.

Voltando para 2020, eu estou bastante empolgado com as perspectivas que serão abertas depois do fim da covid-19. Fortemente voltados para o que realmente tem valor, os filhos de Deus serão ainda mais fraternos e solidários. O confinamento nos mostra claramente o que representa a liberdade de ir e vir, o calor de um abraço nas pessoas queridas, o contato ‘olho no olho’ com personalidades que apreciamos no nosso dia a dia, a possibilidade de respirar sem a necessidade de máscara escondendo o nosso sorriso, e o por aí vai… Algum dia, nós contaremos esta história para os nossos filhos e netos ainda não nascidos. E na visão destes, nós seremos os vencedores – a exemplo de nossos amados e destemidos antepassados.

Em tempo – A minha justa homenagem a todos os verdadeiros mártires, cuja vida foi ceifada nas últimas semanas. Muito em breve, se Deus quiser, os cientistas encontrarão a cura para o mal do século XXI.

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