Festival Filme Possível debate a produção audiovisual feminina

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Promover a produção audiovisual na cidade por meio de cursos, filmes e networking. Nesta terça-feira (26), às 19h, acontece a primeira palestra aberta ao público do Festival de Cinema Filme Possível, evento online e gratuito viabilizado pelo Fundo Municipal de Cultura de Guarulhos (FunCultura) com recursos federais da Lei Aldir Blanc. Transmitido pelo canal do festival no YouTube (bit.ly/2LRVu8W), o evento convida a premiada produtora, diretora e roteirista Juliana Vicente para abordar o tema Cinema do Possível – Furando Bolhas.

Juliana Vicente é fundadora da Preta Portê Filmes. Ela estudou cinema na Faap e na EICTV, em Cuba, e tem histórico de busca por outras formas de fazer audiovisual e de ocupação de espaços antes impensáveis para uma produtora negra. Durante o encontro ela traz experiências de sua carreira no audiovisual, que desde o início fura bolhas para ocupar espaços antes impensáveis.

“A Preta Portê Filmes é uma produtora preta, indígena e LGBTQI+. Há 11 anos produzimos filmes e séries de relevância social e sem fazer concessões para o mercado do ponto de vista do conteúdo. Disputamos a narrativa dentro do mercado audiovisual mesmo que, para isso, tenhamos que desenvolver outras maneiras de produzir para tornar nossa missão possível”, explica ao falar da produtora que ela fundou e através da qual produziu obras premiadas.

Dentre suas obras premiadas está a série documental Afronta!, disponível na Netflix e que conta histórias de nomes como o rapper Rincon Sapiência, a atriz Dani Ornellas e as cantoras Anelis Assumpção, Liniker e Karol Conka. Atualmente Juliana desenvolve um documentário sobre a carreira do grupo de rap Racionais MC’s.

A negritude avança, apesar da resistência

A luta dos negros por equidade, espaços e oportunidades é antiga. No entanto, essa luta ganhou força após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, em 2020. Para Juliana, não dá para saber o quanto falta para que a equidade entre as raças seja alcançada de fato. “Não tenho essa resposta. Mas estamos fazendo a nossa parte, movimentando e multiplicando. A resistência branca é muito alta. A branquitude tem medo de perder privilégios. Por isso a negritude avança, apesar da resistência. Mas é uma luta complexa, sobretudo no Brasil, um país que teve o tema do racismo tão abafado e maquiado por tanto tempo que fez o reconhecimento identitário ficar tão confuso, mesmo sendo uma população majoritariamente negra”.

Em suas atividades como cineasta, Juliana enfrentou e ainda enfrenta dificuldades por causa da cor de sua pele. “Racismo é todo dia. Está na estrutura do sistema brasileiro. A gente não supera. Mas avançamos, apesar do racismo”, pondera.

“Às vezes eu ainda me abalo. Mas a cada dia junto mais ferramentas para acreditar que o que fazemos é o oxigênio para o projeto de mundo no qual eu acredito, para o projeto de nação brasileira no qual eu acredito. Essa crença se apresenta como força para seguir com alegria. Isso dá força e vontade”, completa.

Para mais informações sobre a programação do festival acesse http://www.filmepossivel.com.br.

Serviço

Festival de Cinema Filme Possível – Encontro Virtual com Juliana Vicente

Tema: Cinema do Possível – Furando Bolhas

Data: terça-feira, dia 26 de janeiro

Horário: 19h

Evento online e gratuito transmitido pelo YouTube: bit.ly/2LRVu8W

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