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Os últimos anos trouxeram a saúde para o centro das atenções. A pandemia evidenciou a importância de olhar com atenção para as chamadas doenças crônicas. Os melhores prognósticos da COVID-19 foram observados nas pessoas com melhor estado geral de saúde, tanto que os doentes crônicos foram incluídos nos grupos de risco para atendimento e aplicação da vacina contra a doença.

Muitas vezes negligenciadas as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são as principais causas de morte no mundo – de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) – responsáveis por quase 75% dos óbitos, número que representa 41 milhões de vítimas a cada ano.

No Brasil, o padrão é o mesmo, com as DCNT responsáveis por 3 a cada 4 mortes no país. Entre as principais causas estão doenças cardiovasculares (28%), câncer (18%), doenças respiratórias crônicas (7%), diabetes (5%) e outras (17%).

O médico patologista, gestor regional do Grupo Sabin em Campinas, Alex Galoro alerta que “com o passar da idade as doenças crônicas vão se instalando no indivíduo. Estima-se que após os 60 anos, as pessoas tenham em média de 2 a 3 doenças crônicas. É um número significativo e preocupa, especialmente quando vemos ainda muito presente a ideia de que é melhor não ir ao médico para não achar doença. Uma ideia extremamente equivocada, mas ainda muito presente na nossa sociedade”.

Muito comuns, as doenças arteriais e as dislipidemias – caracterizadas pela presença de níveis elevados de lipídios, ou seja, gorduras no sangue, fazem parte desse grupo e quando não tratadas e controladas podem levar a alterações e complicações de outros quadros, como vimos com a COVID-19.

O primeiro passo para diagnosticar essas doenças é a realização regular de exames de rotina. Por meio deles é possível identificar precocemente qualquer alteração clínica e com isso realizar precocemente o controle e manejo adequados, evitando complicações e melhorando significativamente o prognóstico. Isso vale tanto para doenças arteriovasculares e até mesmo câncer.

“Quanto mais rápido identificamos os riscos, melhor atuamos e consequentemente melhores são os resultados que conseguimos obter na saúde e na qualidade de vida de nossos pacientes”, ressalta Alex.

“Já existem protocolos bem definidos de testes de triagem diagnóstica, que devem ser realizados regularmente e que incluem testes básicos (como colesterol, triglicerídeos, glicemia e hemoglobina glicada), até testes de função renal ou hepática e rastreio para alguns tipos mais prevalentes de cânceres. Dependendo do histórico familiar e hábitos de vidas, outros exames ainda podem ser incluídos. As necessidades e periodicidades devem ser determinadas pelo médico a partir do histórico clínico de cada paciente, mas é fundamental que cada um siga a sua agenda regular de triagem diagnóstica, os chamados exames de rotina”, concluiu o médico.

Para quem planeja um 2023 com a saúde em dia e cheio de energia para cumprir as suas promessas de ano novo, incluir na agenda uma rotina de saúde que inclua uma análise aprofundada sobre suas condições clínicas é o primeiro passo.

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