Ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz é preso no interior de SP

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Fabrício Queiroz, ex-assessor do agora senador Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã de hoje, em Atibaia, em São Paulo. De acordo com o Ministério Público de São Paulo, ele estava num imóvel do advogado Frederick Wassef. Queiroz foi assessor de Flávio quando este era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Wassef é advogado de Flávio no caso Queiroz e do presidente Jair Bolsonaro no caso Adélio Bispo, que atingiu com uma facada o então candidato à Presidência em 2018 em Juiz de Fora, Minas Gerais. O advogado participou nesta quarta-feira (17), da cerimônia de posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria, em Brasília.

Os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Queiroz foram expedidos pela Justiça do Rio e a prisão foi feita na Operação Anjo da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo. Queiroz é investigado um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio e por lavagem de dinheiro em transações imobiliárias com valores de compra e venda fraudados.

A prisão de Queiroz foi “tranquila”, segundo o delegado Nico Gonçalves, da Divisão de Capturas da Polícia Civil. O mandado cumprido, segundo a Polícia Civil de São Paulo, foi de prisão preventiva, determinada pela Justiça do Rio. Queiroz teve a prisão lavrada em São Paulo, mas será ouvido no Rio de Janeiro. Também foi expedido um mandado de prisão contra a ex-mulher de Queiroz, Márcia Aguiar.

O ex-assessor vinha sendo monitorado por investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Polícia Civil de São Paulo há meses, segundo policiais civis.

Novo advogado é o mesmo de ‘Capitão Adriano’, miliciano morto na BA

Queiroz estava sem advogado desde dezembro do ano passado, quando Paulo Klein deixou sua defesa. Neste mês, contudo, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro contratou Paulo Emílio Catta Preta, experiente defensor de Brasília que atuou recentemente para Adriano Magalhães da Nóbrega, miliciano do Rio morto em fevereiro. “Capitão Adriano”, como era conhecido, também tem ligação com o esquema de rachadinha no gabinete do filho de Jair Bolsonaro.

Catta Preta está no Rio, na cadeia de Benfica, onde Queiroz ficará preso. Eles conversaram pessoalmente, pela primeira vez, no início da tarde de ontem. “A família me procurou no início do mês, estava preocupada por ele estar sem advogado”, explicou o advogado ao Estadão, pouco antes de Queiroz chegar ao local.

Adriano foi morto em fevereiro deste ano pela polícia da Bahia, no município de Esplanada. Era apontado por investigadores do Rio como chefe do Escritório do Crime, grupo de pistoleiros da milícia na zona oeste da capital fluminense. Quando ainda era policial militar – chegou a ser capitão do BOPE -, Adriano trabalhou com Queiroz no batalhão de Jacarepaguá, também na zona oeste. Eles respondem juntos a um homicídio registrado como “auto de resistência”.

No caso da rachadinha, Adriano está ligado a Flávio por meio da mãe, Raimunda Veras Magalhães, e a ex-mulher, Danielle da Nóbrega. Em mensagens de WhatsApp obtidas no âmbito da investigação sobre a milícia, o Ministério Público do Rio constatou que Adriano se beneficiava do esquema na Alerj. Ele afirmou à ex-esposa que “também contava” com o que vinha do dinheiro da Assembleia.

Flávio diz que prisão de Queiroz é movimento para atacar Jair Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, se manifestou após a prisão de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

“Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro”, escreveu Flávio. “Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!”

Queiroz estava há cerca de um ano em imóvel do advogado de Bolsonaro, diz polícia

Ex-assessor de gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando este era deputado estadual, Fabrício Queiroz estava há mais de um ano em um imóvel pertencente ao advogado da família do senador. De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o imóvel em Atibaia, cidade do interior de São Paulo, é do advogado Frederick Wassef, que representa inclusive o presidente da República, Jair Bolsonaro.

Segundo confirmou o delegado da Polícia Civil de São Paulo Osvaldo Nico Gonçalves, os caseiros do imóvel afirmaram, durante a operação, que o ex-assessor estaria na residência há cerca de um ano. Em setembro passado – quando, segundo a polícia, o ex-assessor já estaria no imóvel do advogado -, Wassef negou saber sobre o paradeiro de Queiroz, durante uma entrevista à jornalista Andreia Sadi, na GloboNews.

Wassef representou Jair Bolsonaro em casos recentes, como no caso Adélio Bispo, após a facada sofrida pelo presidente durante a campanha de 2018, e no caso envolvendo o porteiro do condomínio do presidente.

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