Em quais momentos o cartão de crédito se torna um “vilão” do orçamento familiar?

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Juliana Del Rosso

É fato que ter um cartão de crédito pode ser muito benéfico para o nosso desenvolvimento pessoal e físico: através dele, podemos ter acesso a cursos, produtos, serviços e similares que, sob outras condições, talvez não pudessem ser contratados.

Isso não significa, no entanto, que devemos nos deixar levar pelas possibilidades do cartão de crédito: muitos endividamentos ocorrem quando há o esquecimento de que há uma fatura a ser paga no final do mês.

Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre os cuidados que devem ser tomados para que o cartão de crédito, este fabuloso aliado, não se torne o nosso nêmesis. Confira.

Cartão de crédito: quando é necessário?

É preferível que o usuário utilize o cartão de crédito em casos emergenciais, como quando um carro quebra ou é necessário fazer a compra de medicamentos mais caros, e sempre com parcimônia.

Se for possível fazer uma compra à vista, prefira sempre fazer isso: há lojas que oferecem descontos significativos para quem paga em dinheiro, por exemplo, e é uma dívida que você não leva adiante. Você pode ficar um pouco apertado, mas se tiver feito a compra de forma planejada, não terá problemas por muito tempo.

Na impossibilidade de pagar por um produto ou serviço no ato, opte por parcelá-lo em um número de vezes enxuto, de preferência sem juros: se você parcela em, digamos, doze ou quatorze vezes, pode acabar pagando metade do produto em juros. É um gasto significativo a mais.

Quando o cartão pode trazer problemas?

Se você não consegue pagar a sua fatura, isso é sinal de que algo saiu do controle. O ideal é que, ao final de um ciclo, você consiga pagar o valor completo da fatura – e não apenas o valor mínimo, que pode fazer com que você termine negativado.

Se o limite do cartão é alto, maior do que metade do salário, é preciso ter cautela: quando se tem uma margem de gastos maior, a tendência é que sejamos mais permissivos em relação ao que compramos. O resultado? Impossibilidade de pagar a fatura, de novo, e uma nova dívida no horizonte.

O que fazer quando a fatura vem alta demais?

Já comentamos isso em parágrafos anteriores, mas é necessário salientar: pagar apenas o mínimo não é o ideal, uma vez que os juros do cartão de crédito são muito altos e você pode acabar sem meios para quitar as suas dívidas (as quais irão aumentar e, bem, você já sabe o que pode acontecer).

Se você não vai conseguir pagar a sua fatura, você deve fazer duas coisas: a primeira é sentar e, calmamente, avaliar quais foram os motivos pelos quais você gastou tanto a mais. Se foi um descontrole pontual, você precisa trabalhar para não repetir as atitudes que o levaram ao problema.

Depois disso, vale cogitar a possibilidade de pedir um empréstimo e, com ele, zerar o seu cartão de crédito: às vezes, é preferível contrair apenas uma dívida, com juros baixos, e garantir que terá dinheiro para pagar o básico.

Perigo à vista: quando os supérfluos se sobrepõem ao primordial

Planejar-se financeiramente é uma atitude fundamental: quem tem as suas contas na ponta do lápis consegue fazer uma reserva de dinheiro, permitir-se um luxo aqui e ali e normalmente está preparado para emergências e gastos de última hora.

Quais são as suas despesas? Em geral, as pessoas gastam com aluguel, água, luz, internet, comida e estudos. Para saber a sua média de gastos, compare os preços gastos mensalmente nos últimos seis meses.

Esse valor não pode ser negociado: você deve poder pagar pelo mínimo necessário ao seu bem-estar, manutenção da qualidade de vida e realização profissional.

Se de repente o seu salário não consegue mais dar conta disso, é preciso “enxugar” algumas despesas: em muitos casos, isso significa que é a hora de aposentar o cartão de crédito ou de verificar se os gastos supérfluos não têm tomado boa parte da sua fatura.

O que são gastos supérfluos? Celular novo, quando o aparelho que você tem dá conta das suas necessidades. Roupas novas, quando o seu armário ainda está cheio. Fazer muitas viagens pequenas (isso é um perigo sério!) com aplicativos de corrida, quando você poderia economizar dezenas de reais ao pegar um ônibus.

O cartão de crédito, em suma, torna-se um vilão do orçamento familiar quando é utilizado sem a devida observação da condição financeira existente. A melhor maneira de estar financeiramente saudável é gastar de forma condizente com o quanto se ganha.

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