‘É uma grande oportunidade de aprendizado’

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Lucy Tamborino

Com mais de 100 anos de história, o Rotary hoje reúne mais de um milhão de associados. Juntos os clubes espalhados por diversas cidades, unem pessoas para entrarem em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades e no mundo todo.

Neste ambiente, a Folha Metropolitana conversou com a presidente do Rotary Club Guarulhos Sul, Marcia Feroldi Baakilini. No cargo ela deve atuar entre 2019/2020, assumindo o comando desde 1 de julho do ano passado até 30 de julho de 2020.

Marcia foi entrevistada neste mês especial onde o jornal está apresentando as mulheres que têm influenciado de forma positiva e mudado a realidade ao redor.

Abaixo os principais pontos desta entrevista que pode ser conferida na íntegra no site www.fmetropolitana.com.br.

Como você chegou à Guarulhos?            

Quando eu casei com uma pessoa que morava em Guarulhos eu me mudei. Tinha uma farmácia de manipulação em Jaboticabal e abri meu empreendimento aqui. Manipulamos fórmulas de todos os tipos.  

Você recebeu um convite para participar do Rotary?

Sempre picharam bastante a farmácia, com isso, eu mesma pegava tinta e corrigia. Um dia, eu estava pintando a fachada e passou o José Augusto Pinheiro. Ele me achou uma pessoa engajada, já que eu era empresária e fazia de tudo. Então me convidou para fazer parte do Rotary. Eu já estou atuando há sete anos. No ano passado, fui convidada para ser presidente e aceitei o desafio. Tem sido uma experiência maravilhosa.

E por que atuar no Rotary?

Fazer projetos para auxiliar pessoas me realiza. Chega um momento na vida, que para sermos felizes nós não queremos comprar outra roupa ou casa, já temos isso. Então eu considero um momento especial na minha vida onde eu dedico a causas humanitárias de crescimento pessoal, moral e espiritual.

Como foi seu primeiro dia no Rotary?

Foi muito bacana. Por incrível que pareça já me senti em família, porque quando era criança meu pai era de outro clube, o Lions. Eu cresci participando desses eventos, então quando cheguei ao Rotary é como se só tivesse voltado de um lugar que eu estava longe, mas melhor ainda porque agora com outros colegas empresários. Tenho a oportunidade de ter amizade com pessoas que passam por experiências parecidas com as minhas e juntos estamos fazendo ações pela comunidade.

Como é a sensação de ajudar o próximo?

Você percebe que nada te falta, quando mais dá, mais você tem. Enquanto nós não dispomos em fazer uma doação sem ter medo de perder, não é possível compreender como é isso. Nós nunca vamos conseguir fazer o que uma prefeitura faz, mas o objetivo é unir as pessoas e fazer com que elas trabalhem em prol do outro. Você cresce como pessoa.

E o que mudou desde que assumiu a presidência?

Agora vamos realizar um projeto pela paz, que nunca foi feito antes. Fala-se tanto de violência e uma das bandeiras do Rotary é a paz. Nós vemos na nossa TV e ao nosso redor a violência de diversas formas. Parece até que a gente se acostuma. Então eu pensei na iniciativa, porque é o mínimo que podemos fazer. O primeiro Fórum Rotary pela Paz acontece no dia 7 de março, no Adamastor, das 9h às 12h. Os participantes também vão ganhar um kit de alimentos e cartilhas ao final. Toda a regional de Guarulhos está envolvida. Terá apresentação teatral e a presença de personalidades ligadas a essa questão. As pessoas também poderão compreender que provavelmente todas elas já passaram por uma violência e não souberam identificar. Além deste trabalho, haverá em março o Projeto Cidadania que será realizado em uma escola carente na região de Cumbica. Serão oferecidos exames médicos, teste de glicemia, colesterol, provavelmente de hepatite e aferição de pressão. Estamos organizando ainda. Será no dia 21 de março, com a união do Rotary e do Lions. Não existe competição entres os clubes, nós lutamos pela mesma causa.

Há espaço também para jovens?

Sim, temos o Rotary Interact. Porém, o mais importante no Rotary é a vontade de servir. Se a pessoa não gostar de trabalho voluntário, talvez não seja o perfil de se afiliar ao Rotary.

Como foi o apoio da sua família quando você decidiu se tornar presidente?

Meu filho me questionou, mas é uma decisão minha. Hoje ele admira. Tenho também minha mãe que me dá muito apoio e força. Têm pessoas que apoiam e outras não. Como presidente eu também não consigo agradar a todos.

Você recebeu algum treinamento?

O Rotary é muito organizado, ele já tem mais de 100 anos, então já oferece toda a capacitação para atuar em cada cargo. Recebi muitos treinamentos de pessoas inteligentes e capacitadas.

Quais os desafios na presidência que já enfrentou?

Existe o desafio do relacionamento humano. Às vezes a comunicação chega de forma distorcida. Você também precisa conduzir, ter palavras para envolver as pessoas, estar sempre positiva e conciliar tudo.

Quais os seus planos para o futuro?

A farmácia já tem 25 anos e eu deleguei mais responsabilidades para a minha equipe desde que assumi a presidência do Rotary. Hoje entendo que se eu quiser fazer outra atividade, como viajar, por exemplo, eu vou poder, porque a minha equipe já tem capacidade sem a minha presença. Não tenho planos muito concretos, mas a vontade é curtir a vida já que trabalhei bastante. Eu também quero continuar com a farmácia porque ela emprega muitas pessoas e é modelo de respeito e cuidado da saúde das pessoas.

Quantas pessoas hoje atuam no Rotary Club Guarulhos Sul?

No meu clube nós somos três mulheres e trinta e dois homens. Muitas mulheres entram, mas acabam saindo. Porque além da profissão, elas precisam cuidar do lar e da família, muito mais que o homem, e é difícil conciliar tudo.

O que você diria para as mulheres neste mês?

Vejo quantas mulheres são humilhadas, maltratadas e colocadas de lado. Isso é muito triste. Eu sei que a mulher é uma pessoa brilhante e é o centro da família. Ela não pode se deixar ser maltratada e precisa entender que veio no mundo para ser feliz. Muitas vezes o homem se acha no direito de humilhar a mulher, mas ela nunca deixa de ser menor por isso.

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