Dívida do Saae com a Sabesp salta de R$ 200 milhões para R$ 3 bilhões durante gestão petista

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Da Redação

Quando o ex-prefeito e agora candidato a deputado federal, Elói Pietá (PT), assumiu a Prefeitura de Guarulhos em janeiro de 2001 a dívida existente entre o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) de Guarulhos e a Companhia Estadual de Saneamento Ambiental (Sabesp) era de R$ 201,9 milhões.

Em dezembro de 2016, ao final de quatro mandados do Partido dos Trabalhadores (PT), quando o ex-prefeito e agora também candidato a deputado federal, Sebastião Almeida (hoje no PDT), deixou a prefeitura o valor subiu para R$ 3 bilhões – o que representa um crescimento de 1.500% em um período onde a inflação oficial foi de cerca de 237,7%, de acordo com o IGPM.

A justificativa apresentada pelo alto endividamento da autarquia se deve a divergências sobre o valor do metro cúbico de água. Os ex-prefeitos alegavam discordar dos valores cobrados pela Sabesp e decidiram pagar apenas o que consideravam ser o valor justo, mesmo cobrando regularmente as contas de água dos guarulhenses.

A inadimplência do Saae teve início em 1995 com R$ 16,1 milhões não sendo pagos. No ano seguinte, ainda sob a gestão do ex-prefeito Vicentino Papotto, mais R$ 11,1 milhões não foram pagos. Entre 1997 e 2000, Néfi Tales e Jovino Cândido deixaram de quitar R$ 102,5 milhões. No final de 2000 o total chegou a R$ 201,9 milhões que foram herdados pela gestão de Pietá que, em média, passou a pagar apenas R$ 2,5 milhões por mês.

A situação ficou ainda mais caótica durante a gestão Almeida que pagou R$ 69 milhões no ano de 2009. Quatro anos depois, ele chegou a pagar R$ 89,3 milhões e, no ano seguinte, R$ 15,3 milhões. No entanto, entre 2015 e 2016, Almeida não pagou absolutamente nada da água comprada pelo município e cobrada da população.

A reportagem não conseguiu contato com Pietá até o fechamento desta edição. Já Almeida informou que todas as dúvidas podem ser esclarecidas com o ex-superintendente da autarquia, Afrânio de Paula.

 

Concessão da autarquia a companhia estadual quita débitos existentes

O alto valor foi é um dos motivos que torna a concessão da autarquia à companhia estadual rentável para a cidade. Isso porque, segundo o prefeito Guti, a negociação foi a melhor forma encontrada para garantir o abastecimento de água e o esgotamento sanitário.

“Não existe outra forma de garantir investimentos para que a água chegue à população. A dívida deixada pelas administrações anteriores chegou a R$ 3,2 bilhões e compromete a administração. O acordo firmado no ano passado para o parcelamento da dívida com desconto de R$ 1 bilhão foi inviabilizado pela falta de garantias apresentadas pelo Saae”, disse.

Desta forma, ele aponta que a negociação para a concessão dos serviços à Sabesp foi a melhor forma encontrada para garantir o abastecimento de água e o esgotamento sanitário. “Pensamos na população. Não podemos ficar brigando por causa de uma dívida que não foi feita por nós e deixar os moradores de Guarulhos sem água”, explicou o prefeito na última sexta-feira (21).

Na ocasião o governador Márcio França esteve na cidade para assinar, junto ao prefeito Guti, o protocolo de intenções da concessão. “Com isso é feito um acordo para que esse valor possa ser incorporado dentro do investimento que a Sabesp fará. Dessa forma, a prefeitura não terá mais que fazer esse pagamento”, explicou França.

A concessão será de 40 anos e resultará em investimentos da ordem de R$ 7 bilhões feitos pela Sabesp.

Imagem: Rômulo Magalhães

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