Dia Mundial do Orgulho Autista reforça a importância da inclusão e do diagnóstico precoce no Brasil

Foto: Arquivo pessoal
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Celebrado anualmente em 18 de junho, o Dia Mundial do Orgulho Autista tem como principal objetivo estimular a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em todos os setores da sociedade. Mais do que uma data simbólica, o dia representa um movimento de afirmação e respeito às diferenças, combatendo estigmas e promovendo o entendimento de que pessoas autistas têm características únicas, que devem ser respeitadas e valorizadas.

Criado em 2005 por iniciativa de ativistas do Aspies for Freedom, um grupo formado por pessoas dentro do espectro, o Dia do Orgulho Autista surgiu como uma resposta ao preconceito e à exclusão, promovendo uma mudança na maneira como o autismo é percebido. Em vez de ser visto como uma condição que precisa ser “curada”, o autismo passa a ser entendido como parte da diversidade humana.

A celebração da data é fundamental para ampliar o debate sobre a neurodiversidade, fortalecer a luta por direitos e ressaltar a importância de adaptações físicas, comportamentais e legais que garantam cidadania e qualidade de vida. Também é uma oportunidade de dar visibilidade à realidade de milhões de famílias que enfrentam diariamente obstáculos para garantir inclusão e apoio adequado.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui cerca de 2 milhões de pessoas com autismo. No entanto, apesar dos avanços em políticas públicas e no debate social, ainda são inúmeros os desafios enfrentados para assegurar direitos básicos como acesso à saúde, educação inclusiva e terapias especializadas.

Renata Alves Perdigão, 35 anos, mãe de Leonardo Alves Borges, de 9 anos, compartilhou um relato comovente sobre sua jornada após o diagnóstico do filho. “O autismo no Léo surgiu de forma regressiva, tirou dele habilidades que já possuía, tudo de forma abrupta aos 2 anos. Receber o diagnóstico foi ao mesmo tempo um misto de alívio e angústia”, lembra.

A busca por respostas foi longa. “Foram dois anos até o laudo final, passando por 13 especialistas. Só com o diagnóstico em mãos conseguimos traçar um plano terapêutico. Ele começou a fazer terapias com a metodologia ABA aos 4 anos, e desde então teve avanços significativos”, contou Renata, destacando a importância do diagnóstico precoce. “O tempo de desenvolvimento é precioso”.

A realidade, no entanto, vai além da terapia. “A luta é constante”, resume a mãe. “Todas as mães de pessoas com deficiência ecoam essa frase. Os direitos existem no papel, mas na prática o acesso é dificultado. São batalhas para conseguir médicos qualificados, terapias, medicamentos e até o acompanhante escolar”.

Renata aponta ainda a lentidão do sistema jurídico como outro obstáculo: “Mesmo que exista uma lei, muitas vezes só conseguimos garantir o direito através de processos judiciais demorados”.

Para o futuro, ela defende a ampliação da consciência coletiva sobre o TEA. “Desejo que o autismo esteja nas conversas das famílias, nas escolas e nas empresas. Quanto mais pessoas entenderem, mais teremos empatia, respeito e inclusão. A diversidade precisa ser parte do nosso cotidiano”.

Neste 18 de junho, o Dia do Orgulho Autista surge, mais uma vez, como um lembrete de que a verdadeira inclusão exige mais do que leis — requer empatia, informação e ação concreta da sociedade como um todo. Celebrar essa data é reconhecer que cada pessoa no espectro tem valor, voz e direitos que devem ser respeitados e garantidos.

Neste 18 de junho, o Dia do Orgulho Autista surge, mais uma vez, como um lembrete de que a verdadeira inclusão exige mais do que leis — requer empatia, informação e ação concreta da sociedade como um todo. Celebrar essa data é reconhecer que cada pessoa no espectro tem valor, voz e direitos que devem ser respeitados e garantidos.

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