Coluna Livre com Hermano Henning

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Fez bem o prefeito Guti em vetar projeto de lei da Câmara criando mais cargos na estrutura administrativa. A criação de cargos, nesta altura do campeonato, pega mal. Nós temos pelo menos vinte funcionários na Câmara sem saber exatamente o que fazer. Eles são funcionários da TV que está fora do ar e, para que o constrangimento pleno não os afete, se submetem a operar, sem estrutura, um serviço de comunicação com o público parecido com uma emissora de rádio Web. Usam seus próprios celulares, fazendo entrevistas com os vereadores, jogadas depois na rede.

Com gente sem função lá dentro, é difícil entender por que essa pretendida reestruturação cria mais um cargo de diretor na área de comunicação. Cargo para ser exercido por alguém, já admitido com salários que fazem inveja a colegas na mesma função aqui fora. E com mais seis mil reais, todos os meses. Nós pagamos.

Moro no Senado

Ontem, o ministro da Justiça, Sergio Moro esteve no programa do Ratinho, no SBT. Sentado numa banqueta diante de uma pequena mesa redonda com duas canecas de chá, o ex-juiz federal de Curitiba sorriu várias vezes. E respondeu perguntas. Como é do estilo do apresentador, chegou-se aos assuntos pessoais, mas o importante foi destacar o ataque do incógnito hacker, e informante, às conversas com o procurador Deltan Dallagnol. Elas aconteceram realmente? Até agora nenhum dos hackeados confirma, embora, a princípio, isso nos pareceu implícito.

Com a segunda divulgação do site “Intercept Brasil”, os personagens começaram a lançar dúvidas. Estratégia, parece claro.

A expectativa agora é ver Sergio Moro na bancada da Comissão de Constituição e Justiça do Senado respondendo aos parlamentares. Estou curioso pra saber como se comportarão, principalmente os do PT. Não só eles, mas o pessoal do PSOL e do PCdoB. Os da REDE também. Será que vai se repetir o comportamento da vez em que estava ali o ministro da Economia Paulo Guedes? A turma do gargarejo, ali da frente, vai dar chance de o ministro falar? Vai bater?

Moro vai sentir a diferença. Nas audiências, em Curitiba, costumava ser senhor absoluto. Na função de juiz, ele comandava as audiências. Na mesa da CCJ do Senado, vira alvo.

Tem algo mais que pode fazer a diferença se voltarmos a comparar a ida de Moro ao Senado com a de Paulo Guedes. Embora havendo controvérsias, os dois são ainda os superministros de Bolsonaro. Mas Moro tem apelo popular. E não é boa ideia bater em quem o povo gosta.

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