Coluna Livre com Hermano Henning

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Meu amigo Fernando Martins, ex-Jovem Pan, é apresentador e editor chefe de um movimentado programa de notícias na “Estilo FM”, emissora da Rede Mundial de Comunicação. Leia-se Paulo Abreu. O “Ligado em São Paulo”, o programa dele, pode ser captado nos 102.1 de segunda a sexta às sete da manhã. Na verdade, o “Ligado em São Paulo” deveria se chamar “Ligado em Arujá”. Eu explico a razão.

A “Estilo FM”, que já foi Radio Scalla, usa uma concessão da vizinha cidade de Arujá. O Ministério das Comunicações concedeu a exploração da emissora ao Município para fomentar a comunicação, servindo de veículo cultural, educativo e de entretenimento para as pessoas que residem ali.

Originalmente, com seus transmissores localizados na cidade, a rádio de Arujá poderia atingir também os vizinhos, incluindo Guarulhos. Ou, eventualmente, São Paulo, dependendo da qualidade e potência de sua antena.

Paulo Abreu comprou a Rádio de Arujá, assim como fez com a Rádio Universitária de Guarulhos, cuja concessão foi entregue ao reitor da Faculdade de Direito na época, professor Adolfo Noronha. A de Guarulhos saiu daqui e virou “Top FM”. A de Arujá seguiu o mesmo caminho.

O dono da “Rede Mundial” tem hoje dezenas de emissoras. Muitas delas com estúdios na rua Augusta, esquina com a Paulista, na capital. Todas funcionam com nomes fantasia enganando o público e a Anatel que deveria fiscalizar o cumprimento das normas que regem o serviço de comunicação das emissoras de rádio no Brasil.

É triste constatar que esse esquema funciona sem problema algum. O esquema de Paulo Abreu, dono de uma das grandes fortunas do país.

Tenho repetido aqui, até com alguma insistência, a necessidade de fomentar o espírito de comunidade entre os moradores do Município, sempre realçando o trabalho das emissoras de rádio, tanto FM como AM. Elas são importantes. Exercem uma função ligada à cidadania, promovendo integração entre o público e as autoridades locais, prefeito, vereadores, lideranças sindicais e comunitárias. E também aos chamados movimentos sociais.

É exatamente isso que essas emissoras deveriam estar promovendo hoje.

Nossa única rádio aqui, a Boa Nova, serve a outros objetivos. Promove o Espiritismo. Nada contra. Mas não foi para isso que sua concessão foi outorgada. Quando era a velha Difusora, com estúdio na Rua D. Pedro, era um ponto de referência entre nós. Perdeu o nome e a identidade.

Teremos eleições municipais este ano. No rádio, vamos acompanhar os programas eleitorais gerados pela Capital. Ninguém vai discutir os problemas de Guarulhos. Nem de Arujá.

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