Coluna Livre com Hermano Henning

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A Avenida Guarulhos não passava de uma estrada calçada com blocos de paralelepípedos desde a Ponte Grande, na divisa com a Penha, até o centro da cidade, terminando na rua D. Pedro II. Era necessário o maior cuidado ao se cruzar com os carros em sentido contrário. O espaço mal dava para dois veículos. Não havia calçadas para pedestres. E, quando chovia, era complicado.

O Monteiro Lobato, a Escola Técnica de Comércio ainda existia, ali ao lado da igreja matriz, e o Colégio Claretiano era ainda a escola mais conceituada do Município.

Os cinemas de rua eram dois, o República e o São Francisco. Os bailes de carnaval mais disputados eram os do Clube dos Bancários, do Recreativo ou do Guarulhão. Este último, de longe, o mais popular.

Na cidade só existia um prédio de apartamentos, o edifício Nahim Rachid, em frente à praça Getúlio Vargas, tida, desde a época do velho Paulista F.C. cujo estádio era exatamente ali, como centro geográfico do Município. Pelo menos informalmente.

Pois é, a alguns metros da praça funcionou nosso primeiro supermercado. O Morita.

O Morita foi pioneiro em tudo.

Antes dele, supermercado só existia em São Paulo. Na Penha, avenida Celso Garcia, funcionava a EletroRadiobrás, onde levas de guarulhenses costumavam ir aos sábados para suas compras.

Guarda mirim e engraxate

Lembrei do Morita ontem ao conversar com o novo presidente da Associação Comercial que foi ao programa Espalha Fatos para ser entrevistado. Silvio Alves toma posse no dia primeiro de janeiro em evento na sede da entidade no jardim Bom Clima.

Vai ser uma festa bonita onde, forçosamente, será lembrado o fundador da Associação, Nahim Rachid, o mesmo do primeiro edifício. A ACE-Guarulhos existe desde o ano de 1961.

Mas é do Supermercado Morita que eu queria falar. E de sua história que se confunde com o início da atividade “profissional”, do novo presidente da ACE.

Silvio Alves, empresário bem-sucedido, dono de uma importante rede de supermercados, começou ali no Morita como Guarda Mirim. Antes disso, ele me contou, era engraxate na Praça Getúlio Vargas e, por vezes, no Lago dos Patos, na Vila Galvão.

De família humilde, Silvio se engajou na Guarda Mirim mantida pela Segunda Companhia Independente da Polícia Militar, sendo deslocado para trabalhar no supermercado Morita para ajudar os consumidores com as compras.

Não tinha salário, é claro. Contentava-se com as gorjetas dos fregueses e com isso ajudava as despesas de casa.

Ele conta que foi ali que sua vocação para o comércio foi despertada. Uma bonita história.

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