Coluna Livre com Hermano Henning

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Gente bem informada está começando a acreditar que Lula e Bolsonaro agem como aliados na estratégia de radicalizar, forçando a polarização do país. E cada um deles, aparentemente, tem o aval do presidente do Supremo Tribunal Federal.

Pelo menos é o que mostra a posição declarada de Dias Toffoli no voto “Lula Livre” do julgamento da prisão em segunda instância e da postura que protege o filho do presidente na exigência de ordem judicial para as pesquisas bancárias do extinto COAF.

O trio parece caminhar junto.

Lula apareceu dizendo que não quer radicalizar. Começa afirmando que poupar Bolsonaro de críticas fortes, agora, é servir a democracia, já que o homem foi eleito e precisa governar. Em seguida, grita com raiva chamando Sergio Moro de “canalha”.

O ex-presidiário quer ser declarado inocente. E se depender de alguns ministros do STF pode acontecer. Assim sendo, Bolsonaro será o adversário de seus sonhos no pleito à presidência daqui a três anos.

O “canalha” de Lula é um chute na esperança e sonhos de milhões de brasileiros que acreditaram, um dia, que as coisas estavam mudando no país.

 A Lava Jato estava conseguindo levar ricos e poderosos à barra dos tribunais. E recolhendo de volta dinheiro desviado nos atos de corrupção que quase acabaram com a Petrobras, empresa orgulho de todos nós que, vergonhosamente, financiou as campanhas do PT. E outras mais.

Era dinheiro à vontade para os políticos irem à farra.

Moro botou um freio nessa história com a Operação Lava Jato. É o homem, o servidor público, que Lula chama de “canalha”.

Há quem não se importe com isso. Mas há brasileiros que recebem a manifestação do ex-presidiário como um tapa na cara.  

Ao vê-lo espumando no palanque agredindo a Justiça, o que será que passa pela cabeça do homem que o livrou da prisão?

O que o ex-presidente fará durante todos esses anos que terá pela frente até sua condenação em última instância? Será que a prisão vai acontecer algum dia? Quem acredita?

Num artigo publicado nesta segunda-feira no jornal O Estado de S. Paulo, o ministro e ex-juiz federal Sergio Moro escreveu que “exigir a punição dos culpados não é vingança, é, sim, império da lei”.

A lei que levou o ex-presidente da República para cumprir pena numa cela da Polícia Federal em Curitiba vale para todos os brasileiros. Seja ele político importante ou não. Até quem foi presidente. Não é assim?

Hoje, desalentado, o brasileiro percebe que as coisas, por decisão e ordem do Supremo, continuam como antes no quartel de Abrantes. Parabéns Toffoli.

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