Coluna Livre com Hermano Henning

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Essa notícia de ontem da condenação do político Geddel Vieira Lima – ex-ministro do governo Lula e alto dirigente da Caixa Econômica Federal no governo de Dilma Rousseff – pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal era esperada. Só não se esperava o rigor da pena pedida pelo Ministério Público. Beira os cem anos de prisão.

Junto com Geddel, o irmão dele, ex-deputado federal Lucio Vieira Lima, também foi condenado. A mãe, Marluce Vieira Lima, também entrou no bolo. Ela responde ao mesmo delito, em primeira instância por não ser detentora de foro privilegiado. Lavagem de dinheiro e associação criminosa.

No caso, a expressão “foro privilegiado”, não é tão privilegiada assim, pois aos filhos, ambos políticos do MDB, aliado do PT nas eleições de Lula e Dilma, a condenação chegou bem mais rápido. Depois da dosagem da pena, que se esperava aconteceria ontem mesmo, só falta o recurso ao plenário do Supremo.

Pensando bem, a pena não deveria ter causado tanta surpresa assim. O que causou bem mais que surpresa, na verdade espanto, foi o encontro das malas com 51 milhões de reais no apartamento de uma funcionária do ex-ministro no bairro de Ondina em Salvador. O maior escândalo da República, a maior soma de dinheiro roubado encontrada no poder de políticos, desde o golpe militar do Marechal Deodoro da Fonseca, em 1.889.

O caso Geddel escancara o sistema que o país vivia. Mostra que se roubava à vontade. Ou não?

De onde saiu essa dinheirama toda? 51 milhões. Nota sobre nota. Não é difícil acreditar que os rolos das estatais com as empreiteiras tenham a ver. Geddel era vice-presidente das contas jurídicas da Caixa Econômica Federal. Um banco estatal. Dirigentes nomeados pelo presidente da República. Precisa dizer mais?

Uma outra pergunta: quem ajudou Geddel a juntar essa grana toda? Será que ele mesmo pegou todas essas cinco (?) malas com a dinheirama toda do caixa do banco e levou pro apartamento? Só ele faturou? E os outros? Não teve mais ninguém?

Até agora, a quadrilha fica na mãe Marluce com os dois filhos. E aí, não tem mais gente? Geddel despachava sozinho na Caixa? Não se deve esquecer que ele foi um dos mais importantes ministros de Michel Temer também. E não só. A participação do político baiano no alto escalão da República vem desde Fernando Henrique Cardoso com as bênçãos do pai, o também político Afrísio Vieira Lima. Que país o nosso hein?

A propósito, hoje, o Supremo volta a se reunir. Os ministros começam a votar o “Lula Livre” e o fim da Lava Jato. Muita gente vai festejar.

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