Coluna Livre com Hermano Henning

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Há quinze dias recebi um convite “pessoal e intransferível” e, inesperado. Assinado pelos filhos de Roberto Marinho – Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho.

“Você faz parte dessa história. Venha comemorar conosco”, dizia o texto, com letras grafadas logo embaixo do título “Jornal Nacional – 50 anos”.

A festa aconteceu no domingo passado. Não fui. Foi pena, mas não pude. O evento foi no Rio, no Jardim Botânico. Eu moro e trabalho aqui, e tinha alguns compromissos. Talvez tenha sido um certo… Não sei dizer.

Velhos companheiros e velhos amigos estavam lá. Gostaria de vê-los.

Iria, por certo, encontrar Paulo Brasil, primeiro cinegrafista que me ensinou a fazer um “stand-up”, que acabou acontecendo nas ruas de Colônia, na Alemanha. Era época de repórter começar a aparecer diante da câmera, não apenas suas mãos segurando o microfone para os entrevistados.

Lembro-me em detalhes, até do texto que falava da visita do general-presidente Ernesto Geisel a Bonn, a capital do país ainda dividido, para tratar do acordo nuclear Brasil-Alemanha, tema das manchetes no Brasil.

Poderia ainda encontrar no Rio meu amigo, produtor e diretor Jotair Assad, companheiro do Globo Repórter. Ou Chico José, repórter do Recife, de boas lembranças da cobertura da Copa do Mundo de 82, na Espanha.

Chico escreveu um livro sobre suas experiências como jornalista da Globo. Lançou-o em São Paulo, há algum tempo. Também não fui à festa de lançamento, mas comprei na livraria, no dia seguinte. Material excelente. Indico principalmente para estudantes de jornalismo.

Armando e Alice

O Jornal Nacional, na sua primeira edição em 1969, já nasceu grande, pretencioso, com vocação de líder e transformador de tudo o que existia no jornalismo de TV. Começou na frente e está na frente até hoje.

Teve dois nomes que o sustentaram no princípio. O jornalista Armando Nogueira que o concebeu e a professora Alice Maria, assistente de Armando, que abraçou o cargo de diretora com extrema competência se tornando excepcional jornalista e comunicadora.

Foi Alice Maria Hering quem colocou o Jornal no ar. Nas reportagens, usávamos câmeras de cinema, de 16 milímetros. Eram máquinas americanas com filmes sonoros da Kodak. Foram usadas por este repórter na Europa, no Oriente Médio e no continente africano, cobrindo a guerra civil em Angola. Teve a morte e a sucessão de dois papas, as copas, jogos olímpicos, a primeira expedição à Antártica e a guerra no Iraque.

O Jornal Nacional foi minha escola.

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