CEI da Comgás conta com Arsesp e Procon

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Da Redação

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara que investiga a Comgás, concessionária de serviços públicos de distribuição de gás, recebeu ontem representantes da companhia, da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), da Coordenadoria de proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e de moradores de diversos condomínios. O objetivo foi aprofundar a discussão sobre as reclamações dos consumidores em relação ao serviço prestado pela companhia.

Este, por sinal, foi o tom da fala dos moradores. Eles se pronunciaram na tribuna principalmente contra o alto valor das contas de gás, situação agravada nos últimos meses, mas relataram ainda má vontade da companhia em solucionar problemas por telefone e a falta de informação sobre o aumento da tarifa definida em 2019. Vera Lúcia Gomes da Silva, coordenadora do Procon, contou que o número de reclamações recebidas contra a companhia não chagava a 30 ocorrências ao ano, mas o número disparou para 115 ano passado. “Os motivos são diversos, é preciso que os problemas, se constatada a responsabilidade da Comgás, sejam corrigidos e as informações, claras e imediatas, evitando surpresas aos consumidores”, afirmou.

Paulo Arthur Lancioni Góes, diretor de Relações Institucionais da Arsesp, explicou que as tarifas são definidas e aprovadas pela agência, que é uma autarquia do Governo do Estado, levando-se em conta vários fatores, como preços dos combustíveis, investimentos e lucros da empresa: “Nos baseamos em dados rigorosamente técnicos e podemos dizer que, em relação ao gás, são praticadas as menores tarifas do País, pois o gás é adquirido da Bolívia e do litoral paulista”. Segundo ele, não há disparidade entre consumidores. “Os valores cobrados são os mesmos em todos os 88 municípios atendidos em São Paulo”, assegurou.

O superintendente de relações institucionais da Comgás, Antonio Henrique Gross, falou sobre a importância de as pessoas economizarem na hora do consumo. “Falamos de um bem não durável, por isso cobra-se pelo uso, e é importante que se evite o desperdício. É verdade que temos lucro, somos uma empresa, mas é preciso lembrar que em Guarulhos, por exemplo, investimos R$ 10 bilhões em infraestrutura e pretendemos gastar mais 5 bilhões nos próximos anos em projetos de expansão, sempre buscando um atendimento melhor à população”, disse.

Ao final da reunião, o vereador Romildo Santos (DEM), presidente da Comissão, sugeriu que a Comgás avaliasse a possibilidade de suspender qualquer ação contra usuários inadimplentes e que as tarifas fossem revistas. “Hoje temos uma situação economicamente muito ruim no país, há muita gente desempregada e fica difícil arcar com custos tão altos como tem se revelado o serviço da Comgás “Faremos uma reunião na próxima terça-feira para tentar sacramentar esta proposta”, adiantou.

Imagem: Karina Yamada

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