Câmara instaura CEI para investigar desaparecimento de R$ 5 bilhões do Saae

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Da Redação

A Câmara instaurou ontem uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o desaparecimento de quase R$ 5 bilhões dos cofres do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) de Guarulhos. O objetivo é apurar se de fato esse montante sumiu dos cofres da autarquia durante os 16 anos em que os ex-prefeitos petistas Elói Pietá e Sebastião Almeida (agora no PDT) administraram a cidade.

O requerimento de autoria do vereador Professor Jesus (DEM), foi assinado por 11 parlamentares. “Tive conhecimento da denúncia e não me calei, vou cumprir o meu papel de legislador que é fiscalizar. É necessário lembrar que a finalidade de investigar não é necessariamente a de procurar um culpado ou um responsável, mas encontrar as causas que contribuíram, direta ou indiretamente, para a possível ocorrência do fato”, disse Jesus.

Agora os partidos têm o prazo de duas sessões ordinárias para indicar os vereadores que farão parte da comissão que terá 90 dias para concluir os trabalhos – podendo prorrogar o prazo por mais 30 dias.

Durante a sessão, o vereador Eduardo Carneiro (PSB), retirou o requerimento apresentado na semana passada que solicitava uma instauração de uma Comissão Especial de Estudos (CEE). “Acredito que não há mais razão de uma CEE visto que acho pertinente a CEI solicitada por Jesus”, destacou Carneiro.

Será objeto de investigação da CEI a falta de pagamento à Sabesp no período; o suposto hiper faturamento de contratos, consultoria e projeto inexequíveis; grande volume de empresas beneficiadas com desconto condicional; dificuldades financeiras e elevado passivo; real situação da autarquia e demais credores bem como contratos e projetos contratados; situação dos funcionários, entre outros.

O caso

O caso foi denunciado pela Folha Metropolitana na semana passada. A informação veio à tona após um funcionário gravar uma reunião do superintendente da autarquia, Ibrahim Faouzi El Kadi. Apenas parte do áudio foi vazada à imprensa, onde uma projeção foi apresentada por ele gerando esse valor exorbitante.

Kadi explica que mensalmente o Saae paga R$ 18 milhões à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), outros R$ 16 milhões são gastos com a operação do Saae e sobram R$ 7 milhões para investimentos. Segundo ele, as antigas gestões não pagaram nada a Sabesp e ainda assim não sobrou dinheiro. “Uma conta primária de R$ 18 milhões mais R$ 7 milhões diz que sumiam R$ 25 milhões por mês aqui”, informou ele explicando que o valor quase chega a R$ 5 bilhões no período dos 16 anos.

Imagem: Vera Jursys

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