Brasil gasta 132 bilhões por ano com acidentes de transporte

SP - TRÂNSITO/ACIDENTE/DUTRA/MORTE - GERAL - Uma colisão entre dois veículos deixou três mortos na manhã deste sábado, 2, na Rodovia Presidente Dutra, região de Guarulhos. Outras duas pessoas foram socorridas. Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu por volta das 11h50 da manhã, na altura do km 212 da rodovia, em frente ao Atacadão Guarulhos. Três vítimas morreram na hora. Outras duas ficaram presas nas ferragens. Uma delas, que não portava documentos, foi socorrida com traumatismo craniano, trauma na coluna e outras múltiplas fraturas. 02/06/2018 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
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O país perdeu 479.857 vidas no trânsito entre 2007 e 2018. O custo desses acidentes chegou a R$ 1,584 trilhão, segundo o estudo Impactos Socioeconômicos dos acidentes de transporte no Brasil, divulgado nesta terça-feira (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A análise, feita em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), utiliza dados de mortalidade do Datasus, do Ministério da Saúde – que inclui internações e reembolso de gastos – e aplica o Valor Estatístico da Vida (VEV), estimado em R$ 2,26 milhões a valores de dezembro de 2018.

A pesquisa contabiliza pedestres, motociclistas, acidentados em automóveis, ciclistas, e ainda meios de transporte aquaviários, ferroviários e aéreos. A avaliação considera uma série de fatores, como quantidade de indenizações pagas por morte e por categoria de veículos. A maior parte das vítimas são jovens de 18 a 34 anos, mas também foram constatados dados bastante elevados de acidentes com idosos, principalmente devido à reduzida capacidade em atravessar a rua com segurança, por exemplo.

O número de mortes de crianças caiu com a obrigatoriedade do uso de cadeirinhas infantis, a partir de 2008. Por outro lado, os acidentes fatais associados às motocicletas ultrapassaram os óbitos dos automóveis a partir de 2009, quando as vendas de motos subiram consideravelmente – menores preços, isenções tributárias, gastos em combustíveis e manutenção fizeram da motocicleta uma opção de transporte de baixo custo para famílias de baixa renda.

O estudo analisa custos sociais e financeiros dos acidentes e apresenta propostas de políticas de transporte em nível federal, estadual e municipal. Os pesquisadores sugerem, por exemplo, privilegiar os vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas) no traçado de vias, em vez de veículos. Outra proposição é rever a regulamentação de equipamentos de segurança individual dos diversos meios de transporte.

Entre os problemas identificados está também a profusão de regras federais, estaduais e municipais – a exceção são os setores aéreo e aquaviário, que seguem regulamentações internacionais. Os pesquisadores recomendam a adoção de um modelo único de registro das ocorrências e posterior investigação dos peritos, para evitar novos acidentes. De acordo com o estudo, novas diretrizes para as políticas de transporte também impactariam os sistemas de saúde e previdenciário brasileiros.

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