Blocos na 23 de Maio serão teste para futuro circuito em SP como Salvador

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O prefeito João Doria (PSDB) afirmou que a concentração de megablocos na avenida 23 de Maio, novidade deste Carnaval, é um teste para instituir na cidade de São Paulo um circuito comercial nos moldes da folia de Salvador. “É um teste que nós vamos fazer. Adoro o Carnaval da Bahia”, disse o prefeito nesta quarta-feira (31) durante coletiva de imprensa.
A via, que já abrigou alguns desfiles no ano passado, irá receber neste algumas das atrações mais esperadas, como o bloco de Claudia Leitte. O trecho entre os viadutos Pedroso e Santa Generosa, que tem cerca de 1,4 km de distância, irá receber 500 mil pessoas por dia, segundo a prefeitura.
A estratégia da prefeitura é criticada por um grupo de organizadores de blocos por confirmar a intenção da gestão Doria em consolidar o caráter comercial da festa de rua. Segundo os críticos, ao criar um circuito comercial, que abre espaço para a venda de abadas e entradas para camarotes, a gestão tende a descartar o caráter espontâneo e democrático da festa de rua. “É um modelo saturado. Tende a ter uma confusão entre os interesses públicos e privados daqui para frente no Carnaval de São Paulo”, diz Gabriel Silveira, do bloco Vai Quem Qué, que sai nas ruas de Pinheiros desde 1981.
Críticas parecidas vêm sendo feitas desde julho do ano passado, quando a prefeitura passou a gestão dos desfiles de Carnaval de rua para a secretaria das Prefeituras Regionais em detrimento à pasta da Cultura, que costumava cuidar da festa. A troca de bastão tem resultado em maior ingerência da administração em relação aos trajetos e horários dos desfiles.
O Carnaval de regras mais rígidas foi confirmado em outubro, quando a gestão publicou um decreto para “disciplinar” o desfile dos blocos. O texto prevê multa para o bloco que desrespeitar o limite de horário para a dispersão, fixado até as 20h, e que estenda o desfile por mais de cinco horas.
Este será o primeiro Carnaval com a lei municipal que multa quem for flagrado fazendo xixi nas ruas. De acordo com a prefeitura, 485 agentes vão estar nas ruas para fazer a fiscalização nos dias de festa. Os funcionários terão apoio da GCM e da PM para autuar quem desrespeitar a lei.

VILA MADALENA
Assim como nos anos anteriores, o “miolo” da Vila Madalena, na zona oeste, vai ficar mais uma vez de fora do cronograma dos desfiles de blocos. Chamada de Zona de Atenção Especial Vila Madalena, o quadrilátero vetado aos blocos fica entre as ruas Wisard, Girassol, Inácio Pereira da Rocha e Simão Alvares. A área terá controle de acesso das 11h às 17h, quando não será mais permitida a entrada de foliões.
O comércio local está sendo orientado pela prefeitura regional de Pinheiros a encerrar as atividades às 20h durante os dias de Carnaval.
O quadrilátero será restrito a 5 mil pessoas e seguranças privados irão barrar a entrada de pessoas com garrafas de vidro e bebidas alcoólicas.

BANHEIROS QUÍMICOS
Neste ano, está prevista a distribuição de 21 mil banheiros químicos durante o Carnaval de rua de São Paulo. O número é 50% maior do que no ano passado e o percentual acompanhou na mesma proporção o crescimento dos desfiles dos blocos na cidade. Neste ano, são esperados 4 milhões de foliões durante a apresentação de 491 blocos. No ano passado, foram 381.
A distribuição dos banheiros químicos é comandada por funcionários da Secretaria de Prefeituras Regionais, responsável neste ano pela organização do Carnaval de rua.
Uma empresa terceirizada, a Dream Factory, foi selecionada para fazer a logística dos banheiros, entre outras atribuições durante os dias de folia. De acordo com o diretor da empresa, Duda Magalhães, de forma simultânea, os Carnavais de rua de São Paulo e do Rio representam uma das maiores operações de banheiros químicos do mundo.

(Folhapress)
Foto: Bruno Poletti/Folhapress

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