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Após três anos de obras, o Edifício Vital Brazil, cartão-postal do Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo, foi reaberto para visitação pública ontem. Pela primeira vez, a Biblioteca Científica da instituição, antes restrita a pesquisadores e estudantes, estará disponível ao público.

A construção, que leva o nome do sanitarista fundador do Butantan, fica em um dos pontos mais altos dos 725 mil m² que compõem o Parque da Ciência. O investimento total na obra de restauro foi de quase R$19 milhões, provenientes da Fundação Butantan.

Conforme o governo do Estado, a Biblioteca Científica foi ampliada e ganhou ambientes para palestras, aulas e pesquisas individuais. O acervo é constituído por cerca de 4,5 mil obras relacionadas a temáticas de pesquisa da instituição, em áreas como herpetologia, artrópodes, biodiversidade, saúde pública, soros e vacinas, biologia, farmacologia, tecnologia, imunologia e patologia. Muitos dos títulos são centenários.

Leitura

O prédio abriga também agora o espaço Semear Leitores, um projeto realizado em parceria com a Fundação Bunge, que busca estimular o contato de crianças com a leitura. Diferentemente do edifício (que funcionará das 9h às 16h45), esse espaço ficará aberto das 12h30 às 16h30. Com parte do acervo digitalizada, em breve a produção científica dos mais de 120 anos de história da instituição também estará acessível para consulta no Sapientia, repositório digital do instituto.

Projetado pelo arquiteto e engenheiro Mauro Álvaro de Souza Camargo, o local foi inaugurado em 1914, 13 anos após a inauguração do Instituto, em 1901. De acordo com o governo estadual, as características arquitetônicas foram preservadas e a execução do projeto revelou pinturas antigas com retratos de grandes pesquisadores da história, como Edward Jenner, responsável pela criação da vacina da varíola, e Louis Pasteur, que revolucionou o combate a doenças infecciosas.

‘Estadão’

Na época da inauguração, a edição do Estadão de 8 de abril de 1914 lembrou o motivo da escolha do local de construção do equipamento, no bairro do Butantã, um pouco afastado do centro da cidade. O texto destaca que a criação do instituto foi impulsionada por um surto epidêmico de peste bubônica no Porto de Santos, em 1898. Na época, ocorriam quase 3 mil acidentes por ano provocados por animais peçonhentos só no Estado. Com a necessidade de se criar um soro para evitar que a doença se alastrasse, foi iniciado o trabalho de pesquisa e desenvolvimento do medicamento.

Para isso, o diretor do Serviço Sanitário do Estado, Emílio Ribas, decidiu instalar a produção do soro em um local afastado do centro, para não provocar pânico na população. O lugar escolhido, então, foi a Fazenda Butantã.

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