‘A ideia da economia compartilhada é fazer o bem circular para que a pessoa tenha acesso aos serviços’

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Mayara Nascimento

Cada vez mais os objetos e serviços são compartilhados. Aplicativos que proporcionam o racionamento são cada vez mais comuns e transformam a ideia de consumo individual, proporcionando integração entre as pessoas e a troca de experiências.

Carros por aplicativo, por exemplo, fazem parte da chamada economia compartilhada, que faz com que o bem e o serviço circulem e aumenta o acesso a eles. A pessoa passa a ter a consciência de que precisa ter a propriedade de um bem. Por exemplo, você não precisa de uma furadeira, mas sim de um furo na parede para colocar um quadro.

Para falar sobre o assunto, a Folha Metropolitana conversou com a Thaís Renata Brisola, empresária, bacharel em Direito, pós-graduada em MBA Marketing e CEO do Maia Coworking. Ela empreende há mais de 20 anos nos mais diversos segmentos, tendo atuado nas áreas de logística e transporte à frente da Jet Dispatch; na área de papelaria e informática à frente da Inove Informática; de cafeteria e restaurante com o IP do Expresso; e na área de educação à frente do marketing e do comercial do Colégio e Centro Universitário Eniac.

Abaixo os principais pontos desta entrevista que pode ser conferida na íntegra no site www.fmetropolitana.com.br.

Folha Metropolitana – O que é economia compartilhada?

Thaís Renata Brisola – A ideia da economia compartilhada é que ela muda o pensamento da pessoa de ter e possuir e troca por utilizar um produto ou serviço. É fazer o bem circular para que a pessoa tenha acesso aos serviços que ela não teria. A ideia colaborativa trabalha a forma e a consciência do consumo. Eu não preciso adquirir mais, eu posso compartilhar com alguém. Isso se dá de várias maneiras, e existe economia compartilhada para tudo.

Quando e como ela surgiu?

A economia compartilhada sempre existiu. Nos primórdios, quando as pessoas moravam em vilas, compartilhavam os bens e serviços que tinham. Com a globalização isso foi se perdendo. Em 2008, nos Estados Unidos, com a crise econômica, as pessoas começaram a compartilhar mais.

Como pode beneficiar um novo negócio?

O empresário hoje não precisa mais ter um escritório completo, isso tudo tem um custo. Estar em um escritório compartilhado, por exemplo, reduz os custos fixos e operacionais. Ele vai dividir a conta de luz, internet, água e a limpeza, e o custo total rateado chega a ser 40% mais barato do que o aluguel de uma sala comercial. Sem contar o networking que você faz com os outros coworkers. Você deixa de ficar sozinho dentro de um escritório e passa a se relacionar com as outras pessoas.

E a sociedade de modo geral?

Além do benefício econômico, existe o benefício para o meio ambiente, de sustentabilidade, de reutilizar um bem, e desse bem circular.

Como esse novo sistema influencia nas relações pessoais?

Você sai do “eu sozinho”. Você deixa de ser a pessoa que só visa ter os bens e passa a compartilhar. A pessoa sai do individualismo e passa a fazer parte do coletivo. Ela troca experiências.

Como os economistas interpretam essa tendência?

Ela veio para ficar. A economia compartilhada não vai acabar com a economia tradicional, de aquisição. Muitos economistas acreditam que as duas formas irão caminhar lado a lado, pois em muitos momentos você precisa adquirir um bem.

Quais são os exemplos de sucessos?

Muita gente utiliza a economia compartilhada e não sabe. Hoje em dia você consegue compartilhar tudo. Temos como exemplo os coworkings, aplicativos de empréstimo de ferramentas, aluguel de roupas, de aluguel de casas para temporada, bicicleta, serviço de entrega, financiamento coletivo – para lançamentos de livros, CDs, exposições, por exemplo. A economia compartilhada dá acesso às pessoas para gerar renda, como exemplo os carros por aplicativo. As pessoas usam como segunda opção de renda, ou até mesmo de trabalho.

Quais são as dicas para quem quer abrir um negócio ou iniciar um empreendimento na economia compartilhada?

Sai muito caro ter uma empresa hoje e é possível começar um negócio de maneira simples na economia compartilhada. Primeiro procurando um ambiente de trabalho compartilhado ou procurando compartilhar algum bem, serviço ou conhecimento. É preciso pensar no que você pode fazer bem feito, pois a economia colaborativa trouxe uma exigência maior na qualidade do produto. Então se deve perguntar “o que eu faço bem feito e que pode ajudar uma pessoa a suprir uma necessidade”.

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