Ecoturismo: busca por “turismo natureza” cresceu 133% no último ano

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Em 2020, o mundo parou por causa da pandemia do novo Coronavírus, que fez com que as pessoas precisassem ficar em casa para evitar a propagação do vírus. Isso, consequentemente, fez parar diversos setores da economia – sendo o turismo um dos principais afetados – e adiou os planos de quem tinha o hábito ou interesse em viajar. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o prejuízo global no setor turístico por conta da covid-19 pode ter chegado a 4 trilhões de dólares. O dado é de uma avaliação feita pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), com base nas perdas em cascata de todos os setores relacionados ao turismo.

Este ano, no entanto, já apresenta boas perspectivas: a de que o cenário mude para melhor no segmento, fazendo com que os turistas busquem por viagens a fim de recuperar o tempo perdido durante o isolamento social. Nesse cenário, devido a transformação na rotina e aos cuidados diários para se proteger, as prioridades de uma boa parcela da população na hora de escolher um destino para viajar mudou. As pessoas passaram a procurar por viagens que tenham mais conexão com a natureza a fim de suprir o “déficit de natureza” que sofreram durante o período mais crítico da pandemia.

Consequentemente, o ecoturismo ganhou força entre os viajantes. Isso é muito bem indicado nos buscadores digitais, pois segundo uma recente pesquisa do Viajanet, agência virtual de turismo, que apurou 40.500 mil buscas no Google por termos relacionados ao segmento de turismo no período de fevereiro de 2021 a fevereiro deste ano, aponta que o termo “turismo natureza” aumentou 133% e “turismo ecológico” cresceu 23% no último ano. 

Daniely de Oliveira, gerente de marketing do ViajaNet reforça que tanto o público quanto as empresas e empreendedores estão mais otimistas de que o setor tenha uma retomada e que o ecoturismo é uma tendência que pode impulsioná-lo. “O ecoturismo concentra o processo de organização dessas viagens com foco na sustentabilidade da atividade turística e na preservação ambiental. Assim, os viajantes priorizam destinos com mais conexão e interação com a natureza, o que fortalece muito o turismo brasileiro, repleto de paisagens naturais. O turismo ecológico se preocupa com a preservação das áreas que receberão visitantes”, explica. 

Ecoturismo como tendência

O levantamento aponta ainda quais são os lugares mais buscados por quem se interessa pela modalidade e os destinos nacionais são a preferência. A maior região metropolitana do Brasil se destaca e a busca pelo termo “ecoturismo São Paulo” apresenta um crescimento expressivo de 875% no período analisado. Na sequência, aparece a expressão “santa branca ecoturismo pousada”, município do estado de São Paulo, que cresceu 86%, seguido pelo termo “rio sucuri ecoturismo bonito”, localizado no Mato Grosso do Sul, com aumento de 81% em 12 meses. 

As consultas no buscador também revelam interesse pela Amazônia, mostrando um aumento de 50% nas pesquisas pela expressão “turismo na amazonia”, e por Pantanal, que fica logo atrás, com crescimento de 24% nas pesquisas pelo termo “viagem pantanal”, considerando o mesmo período. 

E, por outro lado, ao passo que a confiança dos brasileiros para viajar aumenta, devido, principalmente, ao avanço da imunização do país, pesquisas por termos como “turismo na pandemia” e “turismo e pandemia” que eram bastante recorrentes nos altos picos da transmissão do vírus, diminuíram mais de 70%, indicando um déficit significativo que demonstra a tendência do retorno aos hábitos e desejos antigos, como o de viajar.  

Na prática, o ecoturismo desperta uma consciência a respeito da relação do ser humano com a natureza, o que faz com que os viajantes interajam não só com as paisagens naturais como também com as comunidades locais que vivem nas regiões turísticas para fortalece-las economicamente. E a expectativa é de que esse nicho cresça ainda mais no setor turístico brasileiro em 2022, o que também é muito benéfico em tempos “pós-pandêmicos”. 

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