Os
cinco meses de alta na produção industrial, com avanço acumulado de 37,5%,
apagaram o tombo causado em 2020 pela pandemia de covid-19, mas ainda não
eliminam quedas anteriores. Conforme a Pesquisa Mensal Industrial – Produção
Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a produção industrial de setembro ficou 15,9% abaixo do ponto máximo da
série histórica, registrado em maio de 2011.
“Ainda falta todo um espaço importante para zerar perdas do passado. Todo
esse crescimento (recente) serviu para zerar a queda do ano de 2020”,
afirmou André Macedo, gerente da PIM-PF do IBGE.
Segundo o pesquisador, pelo lado da demanda, a recuperação recente foi
“totalmente” marcada pelas medidas de mitigação da crise adotadas
pelo governo, como o auxílio emergencial, expansão de crédito e incentivos à
manutenção do emprego. No cenário mais amplo, porém, o mercado de trabalho, com
14 milhões de desempregados, segue como principal “gargalo” para a
demanda da indústria.
Além disso, a perspectiva de redução, de R$ 600 para R$ 300 ao mês, e posterior
retiradas dos auxílios emergenciais do governo poderá atrapalhar a demanda
doméstica. “Intuitivamente, se reduzimos a renda à metade, traz um reflexo
negativo. Agora, para ver qual o impacto disso na produção, temos que
esperar”, afirmou Macedo.
No lado da demanda externa, o pesquisador do IBGE lembrou que a pandemia ainda
está “muito presente no cenário internacional”, o que prejudica as
exportações, mas, por outro lado, a depreciação do real favorece as vendas
externas de alguns segmentos industriais.
Produção industrial de setembro fica 15,9% abaixo de pico visto em maio de 2011
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