A qualificação profissional é o diferencial em tempos de pandemia

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O ano de 2020 ocasionou uma série de reflexões e desafios para o cotidiano pessoal, profissional e, evidentemente, para as organizações. Situações novas sugiram e exigiram rápidas adaptações e inovações. Situações já existentes se tornaram ainda mais visíveis. E, novamente, as competências técnicas e comportamentais dos profissionais se mostraram de suma importância para as empresas superaram e ser fortalecerem diante desse momento inédito e crítico.

A pandemia do novo coronavírus impactou negativamente – dentro e fora do País – vários negócios. Porém ela também teve reflexos positivos em outros tantos. Em qualquer uma dessas situações um ponto é convergente: ambas precisaram que os profissionais envolvidos nas atividades gerenciais e operacionais “dessem conta do recado”. Essas empresas precisaram do conhecimento, habilidade e atitudes (CHA) dos seus colaboradores para ser fortalecerem e ultrapassarem essa fase de pandemia de maneira competitiva.

Essa situação é bastante evidente no setor de logística. Sendo o elemento fundamental para a disponibilidade de materiais em todo o elo da cadeia de suprimento, o setor demostrou, por meio do aumento acentuado em um curto prazo de tempo das vendas online e a falta de clareza nas demandas dos consumidores em diversos mercados, que os profissionais de logística foram essenciais para reagir rapidamente e ajustar as atividades a fim de atender a esse novo cenário altamente desafiador.

E eles estão “dando conta do recado”, como foi debatido em diversos encontros com profissionais da área, entre eles o webinar internacional promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e The Future of Commerce – logística, promovido pela E-commerce Brasil, além de outras publicações referenciais do setor (a edição de abril da Revista Logweb, por exemplo). Todos esses debates convergem no seguinte raciocínio: profissionais da logística foram e são essenciais e a situação atípica exigiu muito além dos conhecimentos técnicos que já possuem.

Assim, é notório os anseios das empresas por profissionais de logística preparados tecnicamente, socialmente e comportamentalmente. Só assim eles poderão contribuir com a manutenção e desenvolvimento dos negócios em um ambiente de elevada competitividade e incerteza, em especial durante as crises, como a atual.

A atual competitividade e incertezas ultrapassarão esse período de crise. Por exemplo: um estudo da Colliers International aponta que a demanda online superará a demanda por armazéns em um curtíssimo espaço de tempo, ocasionando uma revisão instantânea nos modelos da cadeia de suprimentos e a tentativa de aumentar sua capacidade. O que exigirá, dos profissionais da logística, alto grau de resiliência para lidar com as inúmeras mudanças no pós-pandemia.

Desse modo as instituições de ensino profissionalizante, seja em nível técnico, graduação, lato sensu ou stricto sensu, exercem papel fundamental, uma vez que são elas que qualificam os profissionais que estarão disponíveis no mercado de trabalho. E essa qualificação devem ir além da formação tradicional. Precisa abranger competências comportamentais tais como resiliência, comunicação, sociabilidade, pensamento sistêmico e resolução de problemas, entre várias outras. Ou seja, as competências técnicas devem serem acompanhadas das competências comportamentais.

Para obter sucesso em qualificar seus estudantes com essas características é necessário que as empresas participem cada vez mais do ambiente acadêmico para fornecer aos estudantes a oportunidade de vivenciar e sentir na prática os desafios empresariais.

Portanto, a aproximação das empresas e de seus experientes profissionais com as instituições de ensino – e vice-versa – é prática que deve ser incentivada, pois os resultados são benéficos tanto para o ambiente acadêmico como para o corporativo.

Uillicre J. Silva

pesquisador, professor e coordenador do curso de Logística em Administração no Centro Paula Souza. É mestre em Administração, pós-graduado em Logística Empresarial e graduado em Administração de Empresas, com mais de 20 anos de experiência na área.

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