Falta máscara na volta das ciclofaixas

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Na reabertura das ciclofaixas de lazer no domingo, 19, teve ciclistas sem máscara e pouco distanciamento entre as bikes que circularam pelas primeiras horas do dia na capital. Apesar das normas divulgadas pela Prefeitura, usuários disseram “esquecer” itens de segurança e ser “impossível” evitar alguma aglomeração.

“(A máscara) está no bolso. Sei que estou errado, mas foi esquecimento”, disse Floriano Miranda, de 46 anos, que passeava pela ciclofaixa da Avenida Paulista sem o equipamento de proteção. “Estou achando bem organizado, mas ainda tem muita gente com máscara no queixo. Quando percebo alguém sem máscara, tento não me aproximar”, comentou a engenheira civil Tâmara Alvarenga, 33 anos.

Entre as normas de uso que foram divulgadas está a distância mínima de 2 metros para a lateral e de 20 metros em relação ao ciclista que está na frente.

“A gente até tenta, mas não tem muito controle da situação. Às vezes, principalmente quando o sinal fecha, as pessoas se aglomeram”, disse o advogado Tiago Dantas, de 28 anos.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) participou da reabertura das ciclofaixas na Avenida Paulista e anunciou que, até o fim deste ano, a capital terá mais 173,5 km de ciclovias, além dos 310 km que estão sendo requalificados na cidade. “Esse é um investimento para que mais pessoas possam utilizar esse modal, com a segurança necessária”, disse.

Especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo consideraram o retorno das ciclovias positivo e de baixo risco.

“Estamos vivendo um período longo de quarentena. Pedalar é uma atividade saudável e de baixo risco. Trata-se de algo até incentivado em outros países. Claro, apesar do incômodo, é preciso usar a máscara e manter um distanciamento de dois metros Sei que na prática o distanciamento pode ser mais difícil, mas a abertura das ciclofaixas é positiva”, infectologista Marco Aurélio Safadi, da Santa Casa de São Paulo.

“O risco é maior em ambiente fechado. Não acredito que o fato de pessoas pedalarem possa aumentar o contágio da covid-19. Principalmente porque, na maioria dos casos, essas pessoas não estarão em alta velocidade, mas apenas passeando”, concordou Eliseu Alves Waldman, professor de epidemiologia da Faculdade de Saúde Publica da USP.

A volta

As ciclofaixas de lazer, que tinham sido desativadas em agosto de 2019 por falta de patrocínio, retomaram com um investimento de R$ 12 milhões feito pela Uber. De acordo com Covas, o valor permite que os 117 km das ciclofaixas da cidade funcionem pelos próximos 12 meses.

O prefeito ainda afirmou que o novo trecho em construção na Avenida Jacu Pêssego será o maior da capital.

O programa funciona exclusivamente nos domingos e feriados, das 7 às 16 horas. Ele prevê a restrição de uma faixa exclusiva para o tráfego de bicicletas e patinetes, suporte mecânico para usuários e outros serviços.

O circuito abrange especialmente vias no entorno de áreas de lazer da capital, como os parques do Ibirapuera, na zona sul, e Villa-Lobos, na zona oeste, reabertos nesta semana.

Avenida Paulista

Apesar da falta de colaboração de alguns usuários, a volta da ciclofaixa de lazer foi bem avaliada na Avenida Paulista. “É um alívio poder pedalar com segurança”, disse a administradora Gisele Cristina, de 39 anos.

Para os ciclistas, o mais difícil foi pensar no distanciamento no farol fechado. “A gente tenta controlar, mas sempre tem uma bike por perto”, disse Rogério Miranda, de 43 anos.

Sem fôlego no Ibirapuera

Assim como na Avenida Paulista, o descuido com máscara também era visível no Ibirapuera. “Já pedalei 35 quilômetros, estou sem fôlego. Eu sei que é necessário, mas a máscara atrapalha”, disse o técnico em Informática Ricardo Alves, que estava sem o equipamento de proteção.

Grito pró-máscara no Sumaré

Vale tudo para alertar quem está sem máscara. “Às vezes eu passo gritando: Olha a máscara! Isso na esperança de as pessoas se tocarem. Além do grito, procuro manter uma distância maior de quem está sem o item de segurança”, comentou o cantor Rico Ayade, de 35 anos.

O novo normal na Pedroso de Morais

A gerente comercial Renata Farina, de 42 anos, lamenta que ainda exista quem desrespeite regras básicas, como o uso de máscara. “Apesar disso, acho importante essa reabertura. É fundamental ter mais um espaço público funcionando. É um pouco de normalidade”, disse.

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