Coluna Livre com Hermano Henning

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O Professor Jesus, presidente da Câmara de Vereadores de Guarulhos, disse ontem numa entrevista no rádio, dada ao jornalista Pedro Notaro, que é homem de milagres. Não o Notaro, ele, Jesus, é claro.

Na resposta a uma das perguntas, chegou a citar William Shakespeare.

— Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia.

Confesso que não sei exatamente o significado que o vereador quis dar à famosa frase do poeta e dramaturgo no contexto de sua resposta, mas imagino que a utilizou para justificar a dificuldade que está encontrando para seguir em frente com o desafio de transferir as instalações da Câmara para o prédio adquirido em 2011, na Vila Augusta.

Vamos lembrar.

O prédio, onde funcionava a antiga fábrica de tapetes Lourdes, foi comprado pelo então prefeito Sebastião Alves de Almeida num processo que se arrastou até 2016. Foram cinco anos, só para tomar posse do local e seus imensos galpões.

O objetivo da saída da atual sede na rua João Gonçalves com a transferência para a Vila Augusta foi o de evitar o aluguel: 230 mil reais pagos todos os meses.

Porque essa transferência não foi feita até agora ninguém consegue explicar. Nem mesmo Shakespeare, embora o uso da famosa frase pelo professor Jesus seja bastante indicativo.  

O novo edital

Nesta sexta-feira, amanhã portanto, a Câmara Municipal de Guarulhos lançará um edital de licitação para a contratação das reformas que o prédio da avenida Guarulhos precisa. O vereador Jesus fez o anúncio ontem. O guarulhense já viu esse filme pois, de licitação em licitação, lá se vão vários anos. O ex-presidente da Casa, vereador Eduardo Soltur, que o diga.

A título de esclarecimento, é oportuno lembrar também que um bom dinheiro já foi empregado na contratação de um projeto para a adaptação do prédio, saindo vencedora a empresa J A Silva. Projeto feito, foi contratada a empresa de economia mista Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos, a conhecida Proguaru. A Proguaru chegou a realizar obras ali, mas elas foram interrompidas.

Essa interrupção aconteceu no ano passado, ainda no tempo do vereador Soltur. A Procuradoria da Câmara apontou vários erros no projeto. E assim o contrato com a Proguaru foi rescindido.

No mês da rescisão desse contrato, a Câmara realizou novo processo licitatório. Desta vez, em cima de um projeto realizado por uma outra empresa, a Inplenitus.

Agora, em pleno final de inverno de 2019, o Professor Jesus anuncia não uma nova licitação, o que já seria um despropósito, mas a publicação de um edital… Agora vai!

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